12 agosto, 2025
terça-feira, 12 agosto, 2025

Plano de contingência para tarifaço inclui preservação de emprego, mas com exceções, diz Haddad

Compartilhe

Fernando Haddad

Em um cenário de desafios econômicos impostos pelo tarifaço dos Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um plano de contingência que prioriza a preservação de empregos. Ele ressaltou, no entanto, que existem exceções; algumas empresas poderão não garantir a manutenção de seus postos de trabalho devido ao impacto severo na produção. “A MP flexibiliza algumas contrapartidas”, afirmou Haddad em entrevista à GloboNews, mencionando que mais de 10 mil empregos estão em risco.

O ministro esclareceu que a medida provisória possui diretrizes adaptáveis, permitindo que empresas enfrentem realidades distintas dentro do mesmo setor. Essa abordagem visa flexibilizar os mecanismos para que cada CNPJ possa ser adequadamente atendido, conforme as suas necessidades específicas.

Reformas estruturais também são parte integrante deste plano. Haddad destacou que o governo está implementando duas reformas essenciais, que abrangem medidas de crédito e a reestruturação do Fundo de Garantia para Exportações (FGE). Ele enfatizou que, para as empresas brasileiras com potencial exportador, é preciso oferecer instrumentos modernos que possibilitem a participação no comércio internacional.

Além disso, o plano de contingência incluirá novas linhas de financiamento e considerações tributárias, além de autorizar compras governamentais em situações específicas. Haddad observou que a mudança na postura dos EUA em relação ao mundo não é meramente ideológica, citando a Índia como exemplo de novas dinâmicas de poder geopolítico.

O ministro também fez um paralelo entre enfrentamentos distintos, afirmando que a atual situação provocada pelo tarifaço não é comparável às profundas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024. Ele garantiu que as medidas propostas terão a amplitude necessária para apoiar os exportadores e proteger a economia brasileira, mantendo-se dentro das metas estabelecidas.

Ecoando o pensamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Haddad defendeu a importância da abertura de mercados, de modo a evitar a dependência excessiva das exportações direcionadas aos EUA. Após encaminhar a medida provisória ao Congresso, ele mencionou que os bancos públicos serão responsáveis pela regulamentação das ações propostas.

Medidas de reciprocidade também fazem parte do jogo. O Itamaraty está elaborando ações sob a Lei de Reciprocidade Econômica, como respostas à sobretaxa norte-americana. Haddad citou a ação do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) como um exemplo de resposta ativa às imposições dos EUA.

Sobre a inflação, o ministro demonstrou otimismo. Ele acredita que o tarifaço pode ter efeitos deflacionários, ao contrário do que se poderia supor. De acordo com ele, a pesquisa Focus já aponta uma redução nas projeções de inflação desde a introdução do tarifaço. “O que tem acontecido no Brasil pode contribuir para um cenário deflacionário, e não inflacionário”, afirmou Haddad.

A avaliação de Haddad é de que o Brasil está superando um histórico déficit nas contas públicas e, se mantidas as condições atuais, o governo tem potencial para atingir a meta de superávit primário no próximo ano. As autoridades estão navegando essas águas com prudência, buscando alcançar as metas fiscais sem comprometer o crescimento econômico e a proteção de empregos.

O que você pensa sobre as medidas apresentadas? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você