
Em um enredo que desafia a credibilidade da segurança pública, a Corregedoria da Polícia Militar (PM) desvenda um esquema obscuro envolvendo sargentos da corporação em São José do Rio Preto, SP. Em abril do ano passado, testemunhas confidenciais denunciaram a atuação de sargentos Saint Clair Soares, Rafael Soares e Alan Victor Soares como contratados para cometer assassinatos em nome de agiotas e traficantes. Após uma investigação minuciosa, os três foram detidos em maio deste ano, acusados de serem executores de uma organização criminosa.
Outro integrante da corporação, o cabo Felício Pereira Alonso Soler, foi preso sob a suspeita de envolvimento no assassinato de Jefferson Caetano Barbosa, em março de 2023. Esse crime inicialmente isolado desencadeou uma série de seis homicídios, todos apontando para o envolvimento dos sargentos durante seus expedientes.


O crime mais recente ocorreu em 9 de novembro de 2023, quando Kléber Lucio Souza de Oliveira foi assassinado à queima-roupa, muito provavelmente por Saint Clair, que estava em serviço no momento do ataque. Com fuzis calibre 556, os atiradores, que se aproximaram em um Volkswagen Gol, perpetraram o crime com uma frieza chocante, típica das operações de grupos de extermínio.
A investigação revelou que, em apenas três meses, quatro agiotas foram assassinados, todos com métodos semelhantes e, supostamente, sob a orientação do sargento acusado. Entre os crimes, destaca-se o assassinato de Tiago José Rocha, que foi alvo dos tiros de um motociclista enquanto estava em serviço.
“Os policiais militares têm atuado em nome de determinados agiotas na execução da concorrência e na cobrança de dívidas não pagas por aqueles que contraem os empréstimos”, diz trecho de memorando interno da Corregedoria.
Com uma lista crescente de vítimas, que vão de pequenos agiotas a alvos ligados a dívidas ilegais, a pesquisa aponta que estes sargentos eram, na verdade, pistoleiros disfarçados. O trio, conhecido informalmente como “sargentos pistoleiros”, tinha Bianca Meirelles Nogueira como uma de suas principais contratantes, com um esquema de assassinatos em série para resolver disputas de tráfico.
No entanto, o valor pago a esses policiais permanece um mistério. Eles foram enviados ao Presídio Militar Romão Gomes, onde aguardam julgamento, enquanto suas defesas não foram localizadas até o fechamento desta reportagem. Os ecos desta investigação ainda ressoam na sociedade e nos corredores da justiça.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) reafirmou seu compromisso com a investigação das alegações e a intolerância a delitos cometidos por seus agentes. Ao avançar, a expectativa é que a verdade prevaleça e que a segurança pública seja restaurada, longe das sombras que agora pairam sobre a corporação.
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