26 agosto, 2025
terça-feira, 26 agosto, 2025

Por que Plutão deixou de ser planeta? Decisão polêmica completa 19 anos

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Mudança no status de Plutão aconteceu após missões astronômicas encontrarem outros corpos muito semelhantes a ele no Cinturão de Kuiper (Imagem: Freedom_Marussia/Shutterstock)

Em 24 de agosto de 2006, um evento histórico reshaped o entendimento do cosmos: Plutão foi reclassificado de nono planeta do Sistema Solar para um humilde status de “planeta anão”. Essa decisão, tomada pela União Astronômica Internacional (IAU), continua a gerar intensos debates entre astrônomos e entusiastas, 19 anos depois.

Logo após a reclassificação, nossos livros didáticos foram alterados, trazendo à tona questionamentos sobre o que realmente define um planeta. Para muitos, Plutão se tornou um símbolo de nostalgia e fascínio, representando aqueles limites ainda desconhecidos do nosso Sistema Solar.

A mudança no status de Plutão foi impulsionada pela descoberta de uma série de corpos similares no Cinturão de Kuiper, a região além da órbita de Netuno, repleta de asteroides. Esses objetos, conhecidos como transnetunianos ou plutoides, desafiaram a singularidade de Plutão, levando a IAU a estabelecer novos critérios para a definição de um planeta. Os três critérios eram claros:

  1. Deve orbitar o Sol;
  2. Ser esférico devido à sua própria gravidade;
  3. Capacidade de “limpar sua vizinhança”, exigindo que tenha domínio gravitacional sobre sua órbita.

Embora Plutão cumpra os dois primeiros critérios, ele falha no terceiro, compartilhando seu espaço no Cinturão de Kuiper com muitos outros objetos celestes. Assim, foi rebaixado à categoria de planeta anão.

Outro fator crucial nessa decisão foi a descoberta do planeta anão Éris, quase do mesmo tamanho que Plutão, em 2005. A possibilidade de incluir múltiplos novos planetas tornou-se uma preocupação, e a reclassificação foi vista por alguns como uma escolha necessária para evitar confusão:

A descoberta de Éris influenciou a reclassificação de Plutão (Imagem: Wikimedia Commons)

No entanto, a decisão não foi unânime. Alan Stern, da Nasa e líder da missão New Horizons, criticou o processo, destacando que menos de 5% dos astrônomos participaram da votação e que mesmo planetas gigantes como Júpiter compartilham suas órbitas com milhares de asteroides. Em contrapartida, Mike Brown, da Caltech, defendeu a mudança como um exemplo do processo de autocorreção da ciência.

Apesar de seu novo status, Plutão mantém um charme único que fascina. Descoberto em 1930, o nome foi inspirado por uma menina inglesa de 11 anos, Venetia Phair, que o associou ao deus romano do submundo. Este gesto marcante na história da astronomia mostra que a curiosidade humana está sempre em busca de conexão.

Plutão possui uma geologia intrigante, com vales, montanhas, planícies e crateras, além de indícios de geleiras. Ele orbita a cerca de 5,9 bilhões de quilômetros do Sol, com um ciclo completo de aproximadamente 248 anos.

Habitando temperaturas tão inóspitas quanto -232 °C, Plutão oferece uma atmosfera rarefeita composta por metano, nitrogênio e monóxido de carbono. Com um raio de 1.151 quilômetros, Plutão é apenas um sexto da largura da Terra e um dia lá dura cerca de 153 horas.

Seus cinco satélites conhecidos, como Caronte, que é quase do tamanho de Plutão, formam um sistema quase binário com ele, criando um fascinante espetáculo orbital.

Embora rebaixado, Plutão continua a ser um dos astros mais amados e estudados do Sistema Solar, provando que sua importância vai além de rótulos. Para muitos, ele permanece eternamente gravado como “o nono planeta”, e sua história nos leva a refletir sobre a vastidão e a diversidade do universo. E você, qual é a sua opinião sobre a reclassificação de Plutão? Compartilhe seu pensamento nos comentários!

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