
Em um cenário econômico desafiador, os Correios enfrentam uma realidade alarmante: o prejuízo no segundo trimestre de 2025 alcançou R$ 2,64 bilhões, quase cinco vezes superior ao resultado negativo do mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 553,2 milhões. A trajetória de perdas se acentua, refletindo um prejuízo acumulado de R$ 4,37 bilhões nos primeiros seis meses do ano, valor três vezes maior do que o registrado em 2024.
Durante esse trimestre, a receita bruta de vendas caiu 11,2%, totalizando R$ 4,4 bilhões. Embora o setor de encomendas tenha se mantido estável, o segmento de postagem internacional sofreu uma queda drástica, com receitas de R$ 422,1 milhões, resultando em uma diminuição de 63,6% em comparação ao ano passado. Esse desfalque é atribuído ao programa Remessa Conforme, que trouxe alterações significativas nas regras de importação, mudando o cenário das compras internacionais.
O programa facilita a vida dos consumidores ao permitir que eles paguem impostos antecipadamente e recebam suas encomendas de forma mais rápida. Entretanto, isso teve um impacto direto no volume de postagens internacionais, como ressaltado pela estatal. Os Correios reconhezem que a situação é crítica e que as medidas estratégicas implementadas não foram suficientes para reverter a tendência de queda nas receitas.
“Entre os principais motivos, destaca-se a retração significativa do segmento internacional, em razão de alterações regulatórias relevantes nas compras de produtos importados, que provocaram a queda do volume de postagens e o aumento da concorrência”, afirma a companhia.
Em resposta a esses desafios, os Correios estão implementando um plano de recuperação focado em eficiência e diversificação dos serviços. Um Comitê Executivo de Contingência foi formado para estabelecer diretrizes que busquem restaurar a liquidez e implementar um programa de reequilíbrio econômico.
Além disso, a empresa busca um financiamento de R$ 4 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como o “banco do Brics”, o que pode ser um passo importante para viabilizar projetos de descarbonização e otimização logística, incluindo a adoção de novas tecnologias e a construção de centros logísticos modernos.
Enquanto isso, o presidente dos Correios, Fabiano Silva, continua à frente da companhia, mesmo após ter apresentado sua renúncia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A situação é crítica, e a necessidade de mudanças estruturais nunca foi tão urgente.
O futuro dos Correios depende de ações rápidas e eficazes que não apenas estabilizem as finanças, mas também reposicionem a empresa em um mercado cada vez mais competitivo. E você, o que acha das mudanças necessárias? Compartilhe sua opinião nos comentários!