6 setembro, 2025
sábado, 6 setembro, 2025

Prejuízo dos Correios triplica e chega a R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025

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Nos primeiros meses de 2025, os Correios enfrentaram um desafio significativo: a empresa anunciou um prejuízo avassalador de R$ 4,37 bilhões. Essa marca alarmante representa um aumento de 222% em relação ao déficit de R$ 1,35 bilhão do mesmo período do ano anterior, evidenciando um quadro financeiro cada vez mais crítico. Somente no segundo trimestre, a situação piorou ainda mais, com um rombo de R$ 2,64 bilhões, quase cinco vezes o registrado no mesmo intervalo de 2024.

Diante dessa realidade desafiadora, a receita líquida dos Correios caiu de R$ 9,28 bilhões em 2024 para R$ 8,18 bilhões em 2025, enquanto as despesas gerais e administrativas dispararam, pulando de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões. Além disso, as despesas financeiras aumentaram substancialmente, passando de R$ 3,09 milhões para R$ 673 milhões. Mesmo os custos com produtos e serviços prestados subiram, de R$ 7,8 bilhões para R$ 7,9 bilhões, revelando um cenário preocupante.

Os Correios atribuem parte da crise a fatores externos que impactaram diretamente suas receitas. A empresa destaca, em suas comunicações, a “retração significativa do segmento internacional”, que foi impulsionada por mudanças regulatórias nas importações. Essas alterações provocaram uma queda no volume de postagens e um aumento da concorrência, resultando em menos receita no setor. Vale a pena mencionar que a implementação da nova taxa sobre importações, também conhecida como “taxa das blusinhas”, teve um papel importante nessa diminuição.

Para enfrentar essas dificuldades, os Correios lançaram um plano de contingência focado na recuperação econômica. Entre as estratégias, estão a diversificação de serviços e a expansão comercial. A empresa também busca otimizar suas operações e reduzir custos, sem abrir mão da universalização dos serviços, assegurando produtividade e sustentabilidade financeira. Como parte desse esforço, a nova iniciativa inclui a criação de um marketplace próprio para entrar no setor de e-commerce, além de um empréstimo de R$ 4 bilhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) para investir na modernização.

A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reconheceu os desafios enfrentados pela estatal. Em declarações recentes, Dweck enfatizou que a recuperação dos Correios envolve cortes de custos de um lado e um aumento de receitas do outro, lembrando que a empresa ainda detém a obrigação de prestar serviços para áreas remotas e menos lucrativas, mesmo após perder o monopólio de entregas no país.

A busca por soluções é intensa. A empresa comprometeu-se a economizar R$ 1,5 bilhão até o final de 2025. Uma das apostas é o Plano de Desligamento Voluntário, que poderia gerar uma economia anual de R$ 1 bilhão. O atual presidente, Fabiano Silva dos Santos, pediu demissão em julho, mas foi solicitado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a permanecer até encontrar um substituto, uma situação inédita para os Correios.

Desde 2022, os Correios têm apresentado resultados negativos, e a tendência é preocupante. Enquanto a empresa fechou em R$ 767 milhões de prejuízo em 2022, essa cifra foi reduzida para R$ 596 milhões em 2023. No entanto, o défito de 2024 atingiu R$ 2,59 bilhões, e agora, saltou para R$ 4,36 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025. O futuro dos Correios depende de estratégias eficazes que possam reverter esse cenário crítico.

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