
Numa narrativa que destaca a intersecção entre o crime e a política local, Thayná Cordeiro Silva, de 28 anos, se vê no centro de uma investigação da Polícia Federal. Filha de um dos principais traficantes do Entorno do Distrito Federal, conhecido como “Fernando Piolho”, ela não é apenas apontada como laranja em esquemas de tráfico; também ocupa um cargo de confiança na Prefeitura de Luziânia, a apenas 60 km de Brasília.
A história de Thayná se complica após a prisão temporária em fevereiro deste ano, como parte de um dossiê que expõe sua ligação com os atos ilícitos do pai. Identificada pela PF como uma operadora financeira central para o grupo criminoso, ela teria sido autora de operações financeiras em empresas de fachada destinadas à lavagem de dinheiro.
Uma dessas empresas é a Construtora Construarte Eireli. Embora oficialmente registrada em seu nome, é o pai, Fernando, quem realmente controla a operação. A Polícia Federal estima que a Construarte movimentou mais de R$ 5,5 milhões em transações suspeitas, ligadas ao tráfico de drogas e outras fraudes, incluindo esquema no Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB).
E mesmo com a gravidade da situação, Thayná mantém seu cargo na prefeitura, onde trabalha desde 2021. Ela atua no Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores de Luziânia como advogada, mostrando que o poder político pode, muitas vezes, ignorar as repercussões de investigações criminais.
A defesa da jovem defende que, enquanto ela for apenas investigada, não há impedimentos legais para o exercício de sua função pública, fundamentando-se no princípio da presunção de inocência. No entanto, informações revelam que ela não é a única integrante da família do traficante em cargos públicos; tanto sua irmã quanto a nora de Piolho também ocupam posições de confiança na administração municipal.
Interceptações telefônicas realizadas pela PF revelam outra camada dessa trama. Fernando Piolho discute, com Thayná, o descontentamento com a chefia dela na prefeitura e menciona a proximidade com membros da administração. A confiança com que ele é capaz de fazer tais comentários lança uma sombra sobre a integridade da gestão pública local.
Em nota, a Prefeitura de Luziânia destaca que as investigações são conduzidas pelas autoridades competentes e que não interferem nas atividades da funcionária. No entanto, a defesa de Thayná insiste que ela é inocente e que a prisão temporária foi revogada por falta de evidências concretas, reiterando a ideia de que qualquer pessoa pode ser investigada sem que isso signifique culpa prévia.
Essa história é um lembrete sobre como as complexidades da relação entre crime e política podem desafiar normas éticas e legais. E você? O que pensa sobre a presença de familiares de figuras criminosas em cargos públicos? Compartilhe sua opinião nos comentários!