Em um momento crítico para a segurança pública, o presidente interino do Peru, José Jeri, anunciou na última terça-feira (21) a declaração de estado de emergência em Lima e na cidade portuária de Callao. Essa decisão drástica, que permitirá a mobilização militar nas ruas e a restrição de direitos como a liberdade de reunião e a inviolabilidade de domicílio, impactará diretamente cerca de 10 milhões de cidadãos. O estado de emergência está programado para começar à meia-noite de quarta-feira e terá duração de 30 dias, como anunciou Jeri em uma mensagem à nação veiculada pela televisão estatal.
O contexto por trás dessa medida é alarmante: uma onda crescente de violência e extorsões, atribuídas ao crime organizado, tem causado grande preocupação na população. Sob este novo regime, as forças armadas poderão realizar patrulhamentos ostensivos e colaborar com a polícia na manutenção da ordem. Uma das proibições estabelecidas é a de que duas pessoas não podem utilizar a mesma motocicleta, um meio frequentemente utilizado por criminosos. Vale lembrar que Lima já havia enfrentado um estado de emergência entre março e julho, desencadeado pelo assassinato de um cantor popular.
“Compatriotas, a delinquência cresceu de maneira desmesurada nos últimos anos, causando enorme dor a milhares de famílias”, expressou Jeri, ressaltando que uma mudança é necessária na luta contra a insegurança. Ele enfatizou que o governo está pronto para passar da defensiva à ofensiva, com o objetivo de recuperar a paz e a confiança da população. Essa ação emergencial é a primeira grande medida do novo governo, que busca responder rapidamente a uma das principais preocupações do povo peruano.
No entanto, o clima de tensão já estava evidente. Protestos massivos ocorreram no dia 15 de outubro, liderados por jovens que exigiam segurança e responsabilidade do Congresso e do governo recém-instalado. As manifestações resultaram em confrontos com a polícia, um indicativo da insatisfação popular que culminou na destituição da ex-presidente Dina Boluarte apenas poucos dias antes.
Desde 2024, a violência urbana no Peru tem alcançado níveis alarmantes, transformando a extorsão na principal preocupação da população, como indicam as pesquisas recentes. Somente em 2023, as denúncias de extorsão saltaram de 2.396 para mais de 17.000, com Lima figurando como a principal cidade afetada. O intervalo de janeiro a setembro de 2024 registrou um aumento de 28,8% no número de denúncias em comparação ao ano anterior.
Agora, o futuro do Peru depende das próximas ações do governo e da resposta da sociedade a essa crescente crise de segurança. Quais são suas expectativas para a situação? Compartilhe suas opiniões nos comentários!