A produção industrial brasileira registrou uma leve queda de 0,2% entre junho e julho, tornando-se evidente um domínio de estagnação com quatro meses consecutivos sem crescimento. Esse desempenho, amplamente atribuído ao cenário de juros altos, reflete as dificuldades enfrentadas pelas indústrias nacionais.
Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, revelam uma acumulação de perdas de 1,5% desde abril, período marcado pela incerteza econômica e pela taxação elevada que encarece o crédito e inibe investimentos.
O gerente da pesquisa, André Macedo, aponta que a restritiva política monetária tem impacto direto no consumo e nas decisões de investimento. O aumento da inadimplência e a dificuldade de acesso ao crédito têm se mostrado limitadores do crescimento. O exato oposto ao que a indústria almejaria em um cenário de retomada.
Atualmente, a Selic se encontra a 15% ao ano, a taxa mais alta desde julho de 2006, um movimento que visa controlar a inflação, mas que acaba tirando fôlego das atividades produtivas. Em julho, a inflação acumulada chegou a 5,23% ao ano, acima da meta governamental. Assim, a inércia do setor industrial se vê amplificada por essas condições macroeconômicas.
Apesar da queda recente, a produção em comparação a julho de 2022 apresenta um pequeno avanço, e o setor se posiciona 1,7% acima do nível pré-pandemia. Contudo, a diferença em relação ao pico histórico registrado em maio de 2011 ainda é expressiva, atingindo 15,3% a menos.
Em julho, de acordo com o IBGE, 13 das 25 atividades industriais apresentaram redução. Dentre os principais setores atingidos estão a metalurgia (-2,3%) e a impressão e reprodução de gravações (-11,3%). Em contrapartida, algumas áreas se destacaram positivamente, como produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com um crescimento notável de 7,9%.
A expectativa de um tarifaço americano, que afetará as exportações brasileiras, trouxe incertezas adicionais ao cenário. Empresários, principalmente os voltados para o mercado externo, veem suas decisões impactadas pela possibilidade de taxação, refletindo nos resultados da produção.
À medida que a indústria enfrenta esses desafios, torna-se essencial que as partes interessadas busquem soluções e inovações. As vozes da indústria devem ser ouvidas, e suas experiências compartilhadas. O que você pensa sobre o impacto dos juros altos na produção? Como a sua empresa tem se adaptado a esse cenário? Compartilhe suas opiniões e experiências nos comentários.