
Na tarde de quarta-feira, 10 de setembro, um incidente inquietante ocorreu no Centro de Ensino Médio (CEM) 01 de São Sebastião, quando uma professora da rede pública de ensino foi detida pela Polícia Militar do Distrito Federal. Embora fosse visitante na escola durante uma feira de ciências, a docente se viu involuntariamente no centro de uma abordagem policial que marcou o ambiente escolar com tensão.
O tumulto começou quando a PMDF abordou um grupo de jovens nas proximidades da escola, entre eles um estudante portando uma faca. Este aluno, além de violar regras de conduta escolar, não estava uniformizado. Intrigada e preocupada com a situação, a professora decidiu filmar a abordagem, motivada pela presença ostensiva de policiais armados nas imediações, uma cena que considerou desnecessária, dado o número de crianças ao redor.
No entanto, a situação logo se agravou. Ao tentar filmar a ação, a professora foi surpreendida por um policial que entrou na escola e, sem explicações adequadas, a segurou pelo braço. O agente apresentou a mochila do aluno, revelando a arma, antes de dar voz de prisão à educadora. Frente ao constrangimento e à indignação, a professora se sentou no chão e clamou por socorro, mas foi levada à 30ª Delegacia de Polícia enquanto o jovem com a faca foi conduzido para a Delegacia da Criança e do Adolescente.
“Truculência” foi a palavra usada por Samuel Fernandes, diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), para descrever a detenção. Em um desabafo claro, ele afirmou: “Uma educadora não deveria ser tratada dessa forma em seu ambiente de trabalho. O que ocorreu foi um abuso de autoridade, uma verdadeira violência contra a dignidade do exercício da educação.” A indignação ecoou entre os profissionais da área, que pedem respeito e uma urgente resposta das autoridades.
“O Sinpro-DF repudia veementemente essa postura e exige respeito. Professores não são criminosos! Queremos providências imediatas.”
A Secretaria de Educação do DF informou que já comunicou a família do adolescente e se posicionou contra qualquer forma de violência, reiterando seu compromisso com um ambiente escolar seguro e respeitoso. No entanto, a falta de contato direto com a professora envolvida gerou mais questionamentos sobre o tratamento dado ao profissional da educação.
Por outro lado, a versão da PMDF sugere que a determinação da guarnição foi motivada por comportamentos suspeitos dos jovens ao avistarem a viatura, levando à abordagem que resultou na descoberta da faca com o aluno, que, segundo a corporação, estava suspenso e não deveria estar no local. A alegação de desacato por parte da professora traria um novo contorno à narrativa, refletindo a complexidade da situação e o impacto das ações policiais.
Este episódio nos leva a refletir sobre os limites da autoridade e a segurança no ambiente escolar. Como você vê essa situação? O que pode ser feito para melhorar a relação entre a polícia e a comunidade escolar? Compartilhe suas opiniões nos comentários!