Em um recente desdobramento político, mensagens trocadas entre Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro, que foram acessadas pela Polícia Federal, revelam a insatisfação do deputado com a presença de uma secretária no governo de Tarcísio de Freitas. O alvo da crítica é Laís Vita Mercês Souza, a secretária de Comunicação, que Eduardo associou ao PSol, insinuando uma ligação indesejada com a esquerda.
As conversas, datadas de 24 de junho, demonstram um Eduardo irritado, especialmente após o ex-presidente Bolsonaro mencionar resultados de uma pesquisa eleitoral, onde sua popularidade é confrontada com a de Lula. “Você perde para o molusco. Vagão 39,1 x 41,6 Lula”, expressou Bolsonaro, gerando desconforto no deputado.
“Nofa [Nossa]”, respondeu Eduardo, adotando um tom sarcástico. Ele sugeriu que seria melhor se afastar, afirmando que Tarcísio continuaria a implementar suas bandeiras, incluindo a demissão de secretárias relacionadas ao PSol. Essa declaração reflete o clamor de parte da base bolsonarista por uma escolha mais conservadora nas nomeações do governador.
A insistência de Bolsonaro e Eduardo para que Laís fosse exonerada foi prontamente rejeitada por Tarcísio. O governador argumentou que Laís o acompanha desde seus dias no Ministério da Infraestrutura, o que trouxe uma perspectiva contrária à pressão proveniente dos aliados de Bolsonaro, que consideraram a recusa um desdém ao apoio recebido nas eleições de 2022.
O vínculo com o PSol decorre do casamento anterior de Laís com Bruno Villa, um assessor próximo ao deputado Marcelo Freixo. Este relacionamento, já encerrado, levanta questões sobre a influência política e as conexões que permeiam os bastidores do governo paulista. Bruno é um respeitado profissional na esfera pública e tem estado ao lado de Freixo desde a época em que este atuava na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A polêmica não se restringe a apenas uma secretária; em 2024, outros membros da Assembleia Legislativa, alinhados a Bolsonaro, criticaram uma postagem da Secretaria de Justiça de São Paulo celebrando o Dia do Orgulho Gay. Este fato foi interpretado como um sinal de abertura do governo Tarcísio para a esquerda, gerando mais descontentamento entre os aliados tradicionais do ex-presidente.
O cenário atual levanta questionamentos sobre as alianças dentro da política paulista e as estratégias de ambos os lados, enquanto os desentendimentos expõem as tensões que permeiam a atual administração. Você também tem uma opinião sobre esse assunto? Compartilhe seus pensamentos nos comentários!