19 julho, 2025
sábado, 19 julho, 2025

Quem quer dinheiro? (por Eduardo Fernandez Silva)

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Na teia complexa do mundo contemporâneo, a pergunta ressoa: quem realmente precisa de mais dinheiro? Enquanto poucos bilionários acumulam riquezas insaciavelmente, os governantes dos países mais ricos optam por direcionar recursos astronômicos para fabricantes de armas. Essa escolha parece ocorrer em um universo paralelo, distante da realidade que afeta mais de sete bilhões de seres humanos que enfrentam desafios diários.

Os impactos ambientais das operações militares são alarmantes, mas frequentemente ignorados nas estatísticas nacionais. Isso se deve, em grande parte, ao lobby poderoso exercido pelos Estados Unidos e pela OTAN, que, em debates sobre o Protocolo de Quioto em 1997, conseguiram silenciar essa questão vital. Lembramos das advertências do general Eisenhower sobre os perigos do complexo industrial-militar, cuja influência agora se ampliou para incluir uma crescente esfera financeira e consumista.

É inegável que, com líderes imprevisíveis à frente de diversos governos, o cenário geopolítico traz consigo riscos militares constantes. Contudo, a história nos ensina que o aumento nos investimentos em armamento não resulta em segurança para a população; pelo contrário, sacrifica-a. As verdadeiras necessidades da maioria são deixadas de lado em favor do lucro das indústrias bélicas. O que dirá disso a tão pregada democracia?

Um estudo publicado pelo The Guardian revelou que 89% dos cidadãos em 125 países desejam ações governamentais robustas contra as mudanças climáticas. No entanto, os líderes das nações mais influentes optam por priorizar o aumento dos gastos militares, ignorando as exigências da sociedade. Este distanciamento sugere uma profunda crise nas bases da democracia.

Estima-se que as forças armadas dos EUA emitam mais CO2 anualmente do que países inteiros, como Suécia e Portugal. Se fossem considerados um país, estariam entre os 40 maiores emissores globais. Mesmo nas nações que se dizem democráticas, a transparência sobre as emissões militares é frequentemente omitida. Com o aumento no investimento em armas, essa proporção só tende a crescer, refletindo uma preocupação totalmente dissociada das demandas da população.

Diante desta disparidade entre as preocupações da sociedade e as decisões governamentais, não é surpreendente o aumento do descrédito das populações em relação à capacidade dos seus líderes de atender às suas necessidades. Essa frustração pode levar eleitores, frequentemente mal-informados, a buscarem soluções extremas e questionáveis para governar seus países.

E o que dizer do futuro? O que nossos curiosos e, muitas vezes, bizarros dirigentes estão construindo… um mundo repleto de conflitos, desastres climáticos e sofrimento que se perpetuarão nas vidas de nossos filhos e netos.

E você? O que pensa sobre a relação entre gastos militares e as reais necessidades da população? Compartilhe suas reflexões nos comentários!

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