Recentemente, a Associação Nacional de Restaurantes dos Estados Unidos levantou bandeira contra as novas tarifas que o governo de Donald Trump deseja impor sobre produtos brasileiros, incluindo carne e café. Em uma carta dirigida às autoridades, solicitou a exclusão desses itens das tarifas que devem entrar em vigor em 6 de agosto. O motivo? O temor de que o aumento dos custos recairá sobre os consumidores, impactando diretamente o setor de alimentação, vital para a economia local.
A preocupação da associação não é infundada. Com mais de 500 mil restaurantes sob sua representação, o setor emprega aproximadamente 15 milhões de pessoas. Qualquer queda no movimento de bares e restaurantes pode gerar um efeito cascata, resultando em demissões e fechamento de estabelecimentos. Buscando diálogo, uma comitiva brasileira liderada pelo senador Nelsinho Trad tentou se encontrar com a administração Trump, mas não obteve sucesso. Contudo, a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, reuniu-se com a associação para discutir o problema e suas implicações.
As tarifas, defendidas pela administração como parte da agenda “América em primeiro lugar”, ameaçam não apenas a sustentabilidade econômica de muitos negócios, mas também a diversidade cultural que produtos como carnes processadas e café brasileiro trazem à mesa dos americanos. Estes alimentos são essenciais no cotidiano de milhões, especialmente para a vibrante comunidade brasileira na Flórida, que conta com cerca de 400 mil cidadãos, sobretudo em Orlando. O cardápio deles é, em muitos aspectos, um reflexo da herança cultural que carregam.
Portanto, a carta da associação não é apenas uma solicitação: é um apelo por proteção. Proteger não apenas os negócios, mas também os laços culturais que conectam Brasil e Estados Unidos. A esperança é que o governo reveja sua posição e busque um caminho que favoreça tanto os consumidores quanto os empresários do setor, preservando assim o rico mosaico cultural que os imigrantes contribuíram para construir neste país.
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