10 outubro, 2025
sexta-feira, 10 outubro, 2025

Retrato de ‘Mata Hari nazista’, espiã do Terceiro Reich, é encontrado em Berlim após décadas desaparecido

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Entre 1939 e 1942, diplomatas, jornalistas estrangeiros e altos dignitários nazistas foram espionados sem saber por Madame Kitty

ODD ANDERSEN / AFP

Durante anos, os dois autores Urs Brunner e Julia Schrammel, do livro de não ficção “Kittys Salon. Legends, Facts, Fiction” (2020), procuraram a pintura da notória dona de bordel nazista Kitty Schmidt (1882-1954)

Um retrato de Madame Kitty, a cortesã austríaca que comandava o mais famoso salão de encontros de Berlim durante o regime nazista, foi encontrado recentemente na capital alemã e apresentado à imprensa nesta quinta-feira (9). Desaparecida por décadas, a pintura mostra a mulher conhecida como “a Mata Hari dos nazistas”, cuja casa de encontros servia secretamente como centro de espionagem durante o Terceiro Reich.

Entre 1939 e 1942, diplomatas, jornalistas estrangeiros e altos dignitários nazistas foram espionados sem saber por Madame Kitty, segundo o novo proprietário do quadro, o austríaco Urs Brunner, que, ao lado de Julia Schrammel, é autor do livro Kitty’s Salon. O salão funcionava no terceiro andar de uma elegante residência no centro de Berlim.

Brunner e Schrammel buscavam há anos o retrato, até serem contactados por uma moradora de Berlim que havia comprado a obra há mais de 25 anos em um antiquário, sem conhecer sua origem. “Graças a fotos antigas, sabíamos que o quadro existia e que não estava nas mãos da família. Tê-lo encontrado é de grande importância para nós”, afirmou Schrammel.

A antiga proprietária, uma pintora e colecionadora, decidiu vender a pintura “por um preço bastante razoável”, compreendendo que a compra não tinha fins comerciais, contou Brunner, que pretende doar o retrato a um museu. O quadro segue envolto em mistério: não possui data e o pintor, identificado apenas como “P. Fuchs”, é desconhecido. Especialistas deverão analisá-lo para determinar sua origem e autenticidade.

Segundo Brunner, o retrato mostra Madame Kitty aparentando cerca de 40 anos — embora ela costumasse se passar por mais jovem. Ele afirmou que, apesar de ter convivido com altos membros do regime, ela “não era uma nazista convicta, mas uma oportunista que se aproveitava das circunstâncias”. Kitty, que mantinha amizade com judeus e nunca foi filiada ao Partido Nazista, morreu em 1954 sem jamais ter sido julgada pela Justiça.

*Com informações da AFP

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