Em uma reviravolta inesperada, a reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário de Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que estava agendada para esta quarta-feira (13), foi cancelada. O próprio Haddad anunciou a notícia, atribuindo a decisão a uma movimentação da extrema-direita americana.
Durante uma entrevista à GloboNews, Haddad destacou que a militância antidiplomática identificou sua posição e interveio junto a assessores na Casa Branca, resultando no cancelamento da reunião virtual. “A reunião foi desmarcada, e estamos esperando novos desdobramentos”, afirmou o ministro, expressando a curiosidade com relação ao que considera uma manobra política.
Weeks before, Haddad havia revelado que Scott Bessent havia o procurado para discutir o impacto do tarifaço do governo Trump sobre produtos brasileiros. O encontro, que começaria virtualmente, estava previsto para se transformar em uma conversa presencial.
“Fomos contatados pela assessoria de Bessent, que irá agendar uma segunda conversa. A primeira ocorreu em maio, na Califórnia. Nossos pontos de vista serão levados às autoridades americanas”, disse Haddad, reforçando que já havia um histórico de interações entre os dois.
Segundos dias após ter se manifestado na mídia sobre a reunião, Haddad recebeu a notícia do cancelamento via e-mail. Ele considera que a motivação por trás dessa decisão é política, e não econômica, e criticou a falta de abertura para um diálogo comercial substantivo.
“Argumentaram falta de agenda. A situação é bastante inusitada. O que fica claro para nós é que a questão comercial não está em foco”, comentou o ministro, ressaltando que o Brasil parece estar em desvantagem em comparação a outros países que lograram negociar com o governo dos EUA, como a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul.
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