Em uma terça-feira fatídica no Rio de Janeiro, a operação policial no Complexo do Alemão e da Penha deixou um rastro de destruição e dor. Inicialmente, o governador Cláudio Castro (PL) declarou a ação um sucesso, embora os números falassem por si: 121 vidas foram perdidas, em uma das operações mais sangrentas da história do Brasil.
Das cinco maiores chacinas documentadas no Rio, quatro ocorreram sob a supervisão direta de Castro. A mais recente não só superou em tragédia a massacre no Carandiru, em 1992, mas também se tornou um símbolo do que muitos têm chamado de justiça feita às escondidas, onde a vida de inocentes é sacrificada em nome da ordem.
A jornalista Dorrit Harazim destacou que a “Operação Contenção” resultou em mais mortes do que detenções, evidenciando uma realidade alarmante: 113 mortos em comparação a apenas 20 prisioneiros. Surpreendentemente, esses números superaram os pertes causados por conflitos internacionais em Gaza. Enquanto esforços diplomáticos visam a paz em outras partes do mundo, no Rio, a situação continua a deteriorar-se sob uma capa de aparente controle.
A operação tinha como alvo declarado a captura de 100 integrantes do Comando Vermelho, uma tarefa que, ao final, se mostrou apenas parcialmente cumprida. As vidas ceifadas pertenciam, em sua maioria, a cidadãos comuns sem nenhuma ligação com a lista de indivíduos que a polícia pretendia prender. No entanto, o verdadeiro sucesso de Castro pode ser encontrado em sua crescente popularidade política, com aplausos ressoando em igrejas e um caminho favorável à sua candidatura ao Senado.
Enquanto isso, a direita bolsonarista sonha em ver Lula derrotado nas próximas eleições. Contudo, para isso, precisam não só de um candidato forte, mas também de unidade em suas fileiras, o que depende, em grande parte, do fracasso do ex-presidente à frente de suas promessas.
Infelizmente, o ciclo de violência e morte parece longe de encontrar um fim. Se medidas drásticas fossem suficientes para restaurar a paz, o Rio de Janeiro já teria recuperado seu status de cidade maravilhosa. A realidade, porém, nos apresenta um panorama sombrio, onde o medo continua a ser o protagonista.
E você, o que pensa sobre a situação do Rio e sobre as ações do governador? Compartilhe suas opiniões e vamos abrir um diálogo sobre a segurança e o futuro da nossa cidade.
