Rosa Tarlovsky de Roisinblit, uma figura icônica na luta pelos direitos humanos na Argentina, faleceu no último sábado, aos 106 anos. Como vice-presidente da histórica associação Avós da Praça de Maio, ela dedicou sua vida à busca pelos filhos de desaparecidos durante a brutal ditadura militar que assombrou o país entre 1976 e 1983.
Sua trajetória marcada pela dor pessoal começou com o sequestro de sua filha, grávida de oito meses, durante esse sombrio período. Rosa viu seu mundo se desmoronar quando sua filha, Patricia, foi capturada em Buenos Aires. Enquanto isso, seu marido, José, desapareceu, deixando um vazio profundo em sua vida.
A história de Rosa ecoa o sofrimento de muitas famílias. Patricia, junto com sua primeira filha, Mariana Eva, foi sequestrada em sua própria casa. Os sequestradores se apresentaram como membros da Coordenação Federal e, após dias de horror, Patricia foi enviada a uma das prisões mais infames da época, o ESMA. Lá, ela deu à luz Rodolfo Fernando, em condições desumanas, mas nunca perdeu a esperança de reencontrar sua família.
Nascida em 15 de agosto de 1919, na Vila Moisés, em Santa Fé, Rosa foi criada em um ambiente que prezava pela memória e pela história, uma lição transmitida por seus pais, que escaparam da Europa. Formada em obstetrícia, sua carreira na Maternidade-Escola de Obstetrícia de Rosário refletiu seu compromisso com a vida e com a luta pela justiça.
Rosa não era apenas uma líder; era um símbolo de resistência. Com sua partida, o mundo perde uma voz potente na defesa dos direitos humanos, mas seu legado perdurará em cada passo dado pela busca pela verdade e pela justiça. Sua história nos lembra da importância de lembrar e lutar, para que nunca mais se repitam os erros do passado.
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