25 outubro, 2025
sábado, 25 outubro, 2025

Rota das armas: os caminhos dos fuzis até a máquina do crime no RJ

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As armas longas — carabinas, fuzis e metralhadoras — originalmente desenhadas para guerras, tornaram-se instrumentos cruciais na batalha pelo domínio territorial entre facções criminosas no Rio de Janeiro. O que antes era um símbolo de conflito, hoje se transforma em um emblema de poder nas comunidades fluminenses, onde a ostentação destes armamentos ocorre sem receios.

Em uma conversa reveladora, o delegado Vinícius Domingos, da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos da Polícia Civil do RJ, traçou a trajetória desses equipamentos bélicos, que atravessam longas distâncias até chegar ao solo carioca. Para ele, as armas não são apenas elementos de crime, mas um desafio que exige respostas eficazes e estratégicas.

“Buscamos elaborar um relatório que revele a origem das armas, para informar as investigações e ajudar a identificar os responsáveis pelo tráfico até o estado”, explicou o delegado. Essa busca por dados objetivos e subjetivos é fundamental para criar estratégias de combate ao tráfico de armas e seus impactos devastadores.

Em 2024, 725 fuzis foram apreendidos no Rio, sendo apenas 22 de fabricação nacional. A maior parte das armas ilegais, 80%, vem dos Estados Unidos, enquanto o restante é oriundo de países como Alemanha, Bélgica e Turquia. Um detalhe alarmante é o surgimento das “copyfakes” — versões falsificadas com alto potencial letal, embora de qualidade inferior. Mesmo sem a durabilidade dos originais, essas armas ainda são efetivas o suficiente para serem utilizadas pelo crime organizado.

A finalização dessas armas em território nacional torna-se uma estratégia para escapar da fiscalização. Geralmente, as facções importam peças separadas, uma prática menos restrita, e as montam aqui com componentes de airsoft, disfarçando-as como armas legítimas.

O transporte terrestre é o método preferido para o ingresso desses armamentos, com as fronteiras do Paraguai e a Amazônia, com a Colômbia e a Venezuela, destacando-se como as principais rotas. Somente uma fração dos armamentos se origina de desvios nas forças armadas desses países, confirmando a complexidade do problema.

Para combater essa situação alarmante, o coordenador defende mudanças na legislação. “Entendemos que as fronteiras são um desafio, mas a solução está em modernizar as leis, tornando-as um exemplo de que o tráfico de armas não é aceitável em nosso país”, completou Domingos, sublinhando a necessidade urgente de ações que inibam o interesse do crime organizado.

O cenário atual demanda atenção e ação coletiva. Qual a sua opinião sobre as medidas que podem ser tomadas para enfrentar essa crise? Compartilhe seus pensamentos nos comentários!

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