Na última terça-feira, 17 de junho, a rotina de um motorista de aplicativo chamado Vicente Matheus quase se transformou em um pesadelo. Ele aceitou uma corrida partindo da Esplanada dos Ministérios com destino a Águas Lindas (GO). O que parecia ser uma viagem comum rapidamente se tornou um alerta sobre os perigos que esses profissionais enfrentam diariamente.
Ao se preparar para o trajeto, Vicente recebeu uma mensagem perturbadora: “Roubo de carro aqui, irmão. Queremos o seu não. A gente viu você, cara de gente boa, e desistiu de roubar você.” Esse recado, deixado pelos próprios criminosos, revela uma dura realidade: motoristas de aplicativo estão expostos ao risco antes mesmo de pegar seus passageiros.
“Criminoso não tem cara”
Um colega de Vicente, que preferiu permanecer anônimo, reafirma essa insegurança. “Não temos como saber que tipo de pessoa estamos transportando. Pode ser alguém de terno e gravata que, a qualquer momento, vai te assaltar,” explica. A percepção de perigo é constante e se estende por todas as regiões, desde Águas Claras até o Plano Piloto e Lago Sul, onde a linha entre cliente e criminoso se torna tênue.
Dados alarmantes
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) notou um crescimento preocupante nos crimes contra motoristas de aplicativo. Entre janeiro e 11 de maio deste ano, foram registrados 89 casos de ameaças, uma subida alarmante em relação aos 220 relatos do ano anterior. Outros crimes como injúria (62 casos) e roubos de veículos (72 casos) também mostram um quadro de vulnerabilidade.
Casos mais graves incluem roubos com restrições de liberdade, que aumentaram de 5 para 22 registros em 2024, e uma tentativa de latrocínio que, embora não reportada recentemente, revela uma escalada na ousadia dos criminosos.
Fatos recentes
A violência se intensifica. Em 1º de maio, um casal assaltou um motorista no Gama, levando seu veículo enquanto o rendiam. Já em 27 de maio, outro motorista foi feito refém em uma corrida, ameaçado com uma faca, amarrado e abandonado no Altiplano Leste. O veículo foi posteriormente recuperado, e um dos assaltantes foi preso.
A realidade dos motoristas de aplicativo no Distrito Federal é de constante preocupação e insegurança. Esses relatos despertam uma reflexão sobre a necessidade de medidas mais eficazes de proteção e conscientização entre os usuários. Como você se sente diante dessa situação? Sinta-se à vontade para compartilhar sua opinião nos comentários.