9 agosto, 2025
sábado, 9 agosto, 2025

Rota do ouro: criminosos usam vias federais para escoar metal precioso

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Na vastidão do Norte do Brasil, onde as riquezas naturais são um convite ao crime, o cenário se desenrola como um thriller. A Amazônia, berço de um tesouro mineral imensurável, se tornou o epicentro de operações clandestinas ousadas. As estradas federais, que deveriam ser rotas de conexão e desenvolvimento, são agora utilizadas por aventureiros ilegais em busca de ouro, um dos metais mais cobiçados do planeta.

Em uma semana que ficará marcada na história da Polícia Rodoviária Federal (PRF), duas operações surpreendentes resultaram na apreensão de 143 quilos de ouro, avaliados em R$ 60 milhões. No dia 4 de agosto, uma ação em Roraima resultou na apreensão de 103 quilos. E em Altamira, Pará, menos de 48 horas depois, mais 40 quilos foram interceptados. Essas operações tornam-se a face visível de um problema maior: a audácia dos criminosos que trafegam pelo território nacional em total desprezo às leis.

Conversamos com Marcus Vinícius Silva De Almeida, diretor de operações da PRF, e o policial rodoviário Magalhães, superintendente de Roraima. Eles revelam como as rotas do crime se tornaram sofisticadas. Magalhães explica que as estradas federais 310, 174 e a Transamazônica (BR-230) servem como principais corredores para essa atividade ilegal. “Todo o ouro que vem de áreas indígenas é considerado ilícito. Esses locais, ricos em minerais, estão sempre sob ataque de exploradores ilegais,” disse ele.

Estratégias também são uma constante nas tentativas de evasão. Os criminosos, em um jogo de gato e rato, constroem estradas clandestinas, as chamadas “cabriteiras”, para se manter fora do radar da polícia. No entanto, a PRF continua a se posicionar em locais chave, aguardando a entrada dos infratores nas BRs para realizar suas abordagens.

As vias federais são mais do que simples rotas; elas conectam estados e se estendem até fronteiras internacionais. Por exemplo, o ouro apreendido em Roraima tinha como destino a Venezuela e a Guiana. O que se desenha como uma rede criminosa se espraia, exigindo determinação e estratégia por parte da PRF para combater esse fluxo ilícito.

Mas os criminosos não se limitam às estradas. Em uma tentativa audaciosa de evadir as forças de segurança, muitos optam pelo transporte através dos vastos rios amazônicos. Silva de Almeida destaca que, embora essa abordagem apresente riscos, ainda assim é utilizada para o escoamento não apenas de ouro, mas também de drogas, armas e outros produtos ilegais. “Fiscalizar toda a rota fluvial é um desafio quase impossível,” afirma.

A complexidade do cenário é acentuada pelas novas táticas dos bandidos, que antes eram apenas garimpeiros com picareta e bateia, e agora se armam até os dentes com fuzis e equipamentos sofisticados. A presença do crime organizado transforma a luta pela preservação da Amazônia em uma batalha constante e desleal.

Desde a implementação do Plano AMAS, a PRF conseguiu causar danos significativos às estruturas do crime organizado. Equipamentos gigantescos, como balsas e dragas, foram destruídos, e a luta contra esses delitos tornou-se uma prioridade a fim de proteger as comunidades locais e o meio ambiente. A firmeza demonstrada pela PRF é um sinal de que um Estado forte pode, sim, enfrentar e desmantelar essas ameaças.

Você pode fazer a diferença. O que pensa sobre a atuação da PRF contra o crime na Amazônia? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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