A Rússia enfrenta um dilema demográfico que a leva a adotar medidas drásticas para reverter a queda nas taxas de natalidade. Desde 2025, 27 regiões do país implementaram um programa de incentivos financeiros direcionado a universitárias grávidas e jovens em idade escolar. O governo, sob a liderança de Vladimir Putin, estabeleceu pagamentos que podem chegar a 670 mil rublos (aproximadamente R$ 47,8 mil) para novas mães, uma ampliação de uma política que data de 2007, voltada para incentivar o nascimento do segundo filho. Se a mãe tiver uma segunda criança, o montante total pode alcançar quase 900 mil rublos (R$ 64,3 mil).
As iniciativas, no entanto, vão além dos incentivos federais. Regiões como Oriol e Kemerovo estão introduzindo suas próprias soluções. Em Oriol, por exemplo, estudantes que se tornam pais recebem 100 mil rublos (cerca de R$ 7.100). Essas ações visam combater a queda das taxas de natalidade, que atingiram o menor nível em 200 anos. Apesar dos esforços, a Rússia ainda enfrenta desafios significativos, como o envelhecimento da população, uma força de trabalho em declínio e uma densidade populacional baixa.
Desde 2016, as taxas de mortalidade tem superado as de natalidade, o que acendeu um alerta em relação à crise demográfica que o país enfrentou entre 1992 e 2012. Apesar das políticas de incentivo, os resultados têm sido limitados. Um exemplo é a reintrodução em 2022 de uma política que premia com 1 milhão de rublos (R$ 71,4 mil) mães com mais de dez filhos. Contudo, em 2024, o panorama ainda se apresentava sombrio, com a taxa de mortalidade continuando a superar a de natalidade, influenciada pela Guerra da Ucrânia e a instabilidade econômica vigente.
Além dessas medidas financeiras, o governo também tem implantado restrições sociais. A promoção de “estilos de vida sem filhos” foi proibida, com multas severas que podem chegar a 5 milhões de rublos (R$ 357 mil). A maternidade é apresentada como uma grande conquista, enquanto a comunidade LGBTQIA+ enfrenta sérias perseguições. Com isso, Putin tem enfatizado a importância de as famílias terem ao menos três filhos, sugerindo que as mulheres devem priorizar a maternidade em relação às suas carreiras.
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