Nos bastidores da transformação do Vitória em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o ex-jogador e agora deputado estadual Marcone Amaral (PSD) se pronunciou na última quarta-feira (30) para esclarecer sua atuação nas tratativas com investidores internacionais. Em meio a rumores, Amaral foi claro: não houve contato direto com o presidente Fábio Mota sobre a SAF, reafirmando que as discussões ocorrem através de um grupo independente.
“Não mantive troca de mensagens com Fábio Mota a respeito da SAF. Estamos em um movimento institucional por meio do grupo Vitória SAF, que busca viabilizar uma reunião comigo em agosto”, declarou o parlamentar, desmentindo especulações que circularam entre jornalistas especializados sobre sua influência nas negociações.
Com boa relação com a família real Al-Thani, do Catar, Marcone enfatizou que seu compromisso é ajudar o clube de maneira transparente e sem querer interferir politicamente na gestão atual. “Estou à disposição do Vitória e da torcida. Qualquer informação sobre as conversas com investidores árabes deve ser confirmada diretamente comigo”, acrescentou, transmitindo um sentimento de confiança nas negociações futuras.
Marcone, que traz uma bagagem significativa no futebol e em relações diplomáticas, expressou otimismo quanto ao possível avanço do projeto. “Conheço bem o perfil do investidor árabe e estou convencido de que há grandes chances de tornar o Vitória mais competitivo, buscando títulos tanto nacionais quanto internacionais”, concluiu.
Enquanto as conversas com potenciais investidores acontecem, o Vitória discute internamente o modelo de SAF a ser adotado. Uma proposta em consideração sugere a criação de uma SAF gerencial, onde o departamento de futebol seria transformado em uma empresa com 100% das ações sob controle da associação. Esse modelo poderia facilitar a busca por um investidor no futuro.
No entanto, o Movimento Vitória SAF (MVSAF) levantou preocupações sobre essa estrutura, advertindo para os riscos de perpetuação no poder e possíveis entraves à profissionalização do clube. Em uma nota, afirmaram: “A principal vantagem tributária da SAF, que consiste em uma redução de impostos em aproximadamente 10,5%, só estará disponível a partir de 2027. Portanto, não faz sentido jurídico nem financeiro transformar o clube sem um investidor já definido”.
Além disso, o MVSAF alerta que um modelo engessado pode afastar investidores sérios em uma futura transformação. O panorama atual é também um reflexo de importantes mudanças, como o projeto da nova Arena Barradão, que já possui contrato assinado. Os próximos passos para a SAF incluem definir o modelo de negócio, emitir parecer do Conselho Fiscal, formar uma comissão especial e submeter o plano a instâncias como o Conselho Deliberativo e a Assembleia Geral.
Em uma entrevista à ESPN no dia 14 de maio, o presidente Fábio Mota reafirmou a intenção de formalizar a transformação do clube em SAF até 2027, mas não descartou a possibilidade de antecipar esse prazo caso surja um investidor. “O Vitória está avançando independente da presença de investidor. Vamos realizar a transformação até 2027, e se tivermos um investidor antes, faremos isso antes”, afirmou Mota.
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