A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (16/10), a sétima fase da Operação Overclean, que investiga uma organização criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
A coluna apurou que entre os alvos, está o prefeito de Riacho de Santana, no Oeste baiano, João Vítor (PSD), afastado do cargo por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
As investigações apontam que João Vítor é sócio político e empresarial do deputado federal Dal Barreto (União Brasil-BA), que foi alvo da sexta fase da mesma operação, deflagrada na última terça-feira (14/10).
Os dois são apontados pelos investigadores como partes de um mesmo núcleo político responsável por direcionar contratos e desviar verbas públicas de prefeituras baianas.
Ação e medidas judiciais
A PF cumpriu seis mandados de busca e apreensão, uma medida cautelar de afastamento de agente público e ordens de sequestro de valores obtidos de forma ilícita nas cidades de Salvador, Riacho de Santana, Wenceslau Guimarães (BA) e Arraial do Cabo (RJ).
Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão que atinge diretamente o núcleo político do esquema.
Os investigados poderão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos e lavagem de dinheiro.
Fraudes e desvio de recursos
A Operação Overclean foi iniciada em dezembro de 2024 para apurar um esquema milionário de corrupção envolvendo recursos públicos destinados a municípios por meio de emendas parlamentares.
As investigações revelaram licitações direcionadas, contratos superfaturados e o uso de empresas de fachada para simular concorrência.
Segundo a PF, as fraudes eram sistemáticas e integradas, com núcleos político, empresarial e contábil, cada um responsável por liberar verbas, emitir notas frias e movimentar o dinheiro desviado.
Deputado interceptado no aeroporto
Na terça-feira (14/10), a PF deflagrou a sexta fase da Overclean, que teve como alvo o deputado Dal Barreto (União Brasil-BA).
A coluna revelou com exclusividade que o parlamentar foi interceptado por um delegado da PF no Aeroporto Internacional de Salvador, em uma abordagem técnica e discreta que durou menos de 30 segundos.
O deputado foi informado de que era alvo da operação, teve o celular apreendido e foi conduzido a uma sala reservada da PF, sem causar alarde entre os passageiros.
Além do deputado, foram alvos da ação Ubaldo Neto, suposto operador financeiro de Dal Barreto, e Danilton Oliveira, apontado como laranja e responsável por movimentar valores em nome do parlamentar.