O secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Sales, manifestou sua indignação em relação à revogação de seu visto pelo governo dos Estados Unidos. Em declarações feitas nesta quarta-feira, Sales qualificou a decisão como “injusta” e destacou que tal medida não pode apagar o legado benéfico do programa Mais Médicos, uma iniciativa fundamental durante a gestão de Alexandre Padilha no governo de Dilma Rousseff.
Sales, que esteve diretamente envolvido na criação do programa, ressaltou sua importância na ampliação do atendimento básico de saúde em todo o país, especialmente em áreas com escassez de médicos. “O Programa Mais Médicos é uma iniciativa primordial do Governo Federal, garantindo atendimento a milhões de brasileiras e brasileiros”, afirmou, sublinhando a relevância do projeto.
“Graças a essa iniciativa, a presença de profissionais brasileiros, cubanos e de outras nacionalidades ofereceu atenção básica de saúde e mãos fraternas a quem mais precisava. Diminuiu incontáveis dores, sofrimentos e mortes.”
O secretário também mencionou a cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que permitiu a atuação de médicos cubanos no Brasil — um modelo já aplicado em 58 países com diferentes contextos políticos. Ele citou pesquisas, como a do Datafolha de 2013, que indicam uma aprovação de 87% da população em relação ao programa.
“Essa sanção injusta não tira minha certeza de que o Mais Médicos é um programa que defende a vida e representa a essência do SUS, o maior sistema público de saúde do mundo – universal, integral e gratuito.”
Por outro lado, o Departamento de Estado dos EUA anunciou a revogação de vistos para diversos funcionários brasileiros, incluindo ex-colaboradores da OPAS, como parte de uma acusação de envolvimento em um “esquema coercitivo de exportação de mão de obra” do regime cubano. Segundo as autoridades norte-americanas, foi identificado um uso inadequado da OPAS para contornar sanções e repassar valores que deveriam ser pagos aos médicos cubanos.
Além de Mozart Sales, Alberto Kleiman, que também fez parte da equipe que planejou o programa, teve seu visto anulado. O Departamento de Estado ressaltou que a ação visa responsabilizar aqueles que perpetuam o trabalho forçado no regime cubano.
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