Senado dos EUA aprova medida que anula tarifas ao Brasil

O presidente Donald Trump e Lula se encontraram no domingo, 26, na Malásia – Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

Em uma votação histórica, o Senado dos Estados Unidos deu um passo decisivo ao anular as tarifas impostas ao Brasil por Donald Trump. Com um resultado de 52 votos a 48, inclusive o apoio de cinco senadores republicanos, a medida foi reconhecida como indevida e sem respaldo legal. As tarifas, que foram elevadas em julho, chegaram a um total de 50%, impactando diretamente produtos brasileiros, incluindo o famoso café.

Essa taxação foi considerada uma grotesca extrapolação de poder por muitos senadores. A utilização da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) por Trump, sem a aprovação do Congresso, levantou questionamentos sobre a legitimidade de suas ações. Contudo, ainda há um obstáculo pela frente: a Câmara dos Representantes, onde funciona uma regra que pode dificultar a revogação dessas tarifas.

O senador Tim Kaine, que apresentou a resolução, defendeu que não há uma emergência real que justifique tal ato. Personalidades importantes no Partido Republicano, como Rand Paul e Mitch McConnell, se uniram a essa causa, demonstrando que a oposição bipartidária está mais pronunciada do que nunca em relação às políticas protecionistas de Trump.

Trump argumentou que as tarifas eram uma resposta a decisões do Supremo Tribunal Federal do Brasil, as quais ele considera prejudiciais à liberdade de expressão. No entanto, mesmo dentro de seu partido, críticas surgem. O senador Thom Tillis chamou a justificativa de frágil, afirmando que não se deve utilizar a política comercial como resposta a desavenças judiciais.

Enquanto a sessão do Senado acontecia, o líder democrata Chuck Schumer classificou as tarifas como “infantis”, enfatizando seus efeitos prejudiciais ao consumidor americano. Com mais de US$ 40 bilhões em produtos brasileiros importados anualmente, o aumento nas tarifas poderia resultar em uma deterioração das relações comerciais e um eventual aprofundamento da parceria do Brasil com a China.

Embora a medida ainda dependa da aprovação da Câmara, a ação do Senado soou como um importante sinal político, representando um possível suporte diplomático ao Brasil nas atuais negociações comerciais. Este momento não apenas reafirma a complexidade das relações internacionais, mas também o papel essencial do diálogo e da negociação em meio a tensões políticas.

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