
Em uma reviravolta no cenário político americano, o Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que visa revogar as tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros. Com 52 votos a favor e 48 contra, essa proposta, liderada por senadores democratas, conseguiu, surpreendentemente, o apoio de cinco senadores republicanos, incluindo o influente Mitch McConnell, ex-líder da bancada republicana.
Entretanto, a batalha ainda não está ganha. O próximo passo é a aprovação na Câmara dos Deputados, onde os republicanos têm a maioria e é provável que encontrem resistência. Analistas já preveem que o impacto prático da medida pode ser limitado, especialmente se o projeto for barrado ou arquivado nesta instância do Congresso.
A revogação é uma resposta às tarifas, que foram originalmente justificadas com uma declaração de “emergência econômica”. O senador Rand Paul, um dos opositores da medida, chamou essa justificativa de “esdrúxula” e “inconstitucional”, destacando que emergências reais são situações extremas, como guerras e desastres naturais, e não meramente descontentamento com tarifas.
Essa proposta surge em um contexto complicado: uma decisão judicial recente do Tribunal de Apelações de Washington já tinha considerado ilegais algumas das tarifas impostas por Trump, o que pode abrir caminho para que a Suprema Corte reveja a legalidade dessas medidas. Além do Brasil, o projeto também contempla a eliminação de tarifas sobre produtos canadenses e de uma tarifa base global instituída durante a administração anterior.
Essas tarifas têm um impacto direto sobre bens essenciais importados do Brasil, como alimentos, café e combustíveis, contribuindo para o aumento da inflação nos Estados Unidos. Com as eleições legislativas de meio de mandato se aproximando em 2026, muitos congressistas estão atentos às consequências de suas decisões, buscando aliviar a carga financeira dos consumidores e evitar um desgaste político maior.
Apesar das expectativas de rejeição do projeto na Câmara, a espera por uma possível negociação diplomática entre a Casa Branca e o governo brasileiro, ou pela decisão da Suprema Corte, mantém o tema em destaque na agenda política e econômica. Como essa situação se desenrolará? Quais implicações isso terá para o comércio e as relações entre os países? Compartilhe sua opinião nos comentários!