Um grupo de 11 senadores democratas dos EUA manifestou forte oposição a Donald Trump, acusando-o de “grave abuso de poder”. Em uma carta enviada à Casa Branca, os parlamentares expressaram preocupação com a ameaça do presidente de impor tarifas de 50% sobre todas as importações do Brasil. A medida, segundo eles, não apenas tem motivações políticas, mas também pretende pressionar o governo brasileiro a suspender processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os senadores alertam que essa interferência no sistema judiciário de um país soberano poderia desencadear uma guerra comercial prejudicial, afetando tanto empresas quanto cidadãos em ambos os países. Eles enfatizam que os EUA importam mais de US$ 40 bilhões anualmente do Brasil, incluindo cerca de US$ 2 bilhões em café, e que mais de 130 mil empregos americanos dependem desse comércio bilateral.
Criticando o que consideram um uso estratégico da economia americana em favor de aliados, os senadores apontam que essa postura pode enfraquecer a influência dos EUA no Brasil, favorecendo, em última instância, uma aproximação do Brasil com a China. “Um confronto comercial com o Brasil poderia reforçar os laços com a República Popular da China, em um momento em que os EUA buscam intensamente combater sua influência na América Latina”, afirmaram.
Na mesma semana, o governo Trump sancionou autoridades brasileiras envolvidas em processos contra Bolsonaro, além de iniciar uma investigação sobre restrições a empresas americanas no Brasil. As tarifas estão programadas para entrar em vigor em 1º de agosto, o que levou uma comissão de senadores brasileiros a viajar para os EUA, na esperança de abrir um canal de diálogo, embora fontes indicam que Trump não autorizou negociações oficiais.
Enquanto isso, o encarregado de negócios da embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, expressou interesse do governo americano em minerais estratégicos brasileiros. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua posição firme sobre a soberania nacional, afirmando que “este país é do povo brasileiro” e sublinhando que “ninguém está acima da lei” no que diz respeito a qualquer figura pública.
A carta ao presidente Trump foi assinada por: Tim Kaine, Jeanne Shaheen, Adam Schiff, Dick Durbin, Kirsten Gillibrand, Peter Welch, Catherine Cortez Masto, Mark Warner, Jacky Rosen, Michael Bennet e Raphael Warnock. O desfecho dessa tensão ainda está por ser determinado.
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