Uma situação alarmante de injúria racial ocorreu na Faculdade Anhanguera em Santo Antônio de Jesus, na Bahia. Daiane Venâncio Bittencourt, de 39 anos, foi alvo de comentários depreciativos por parte de Kallyana Borges Passos, colega de turma e servidora pública. Durante duas ocasiões distintas, Kallyana chamou o cabelo black de Daiane de “feio” e “ridículo”, afirmando que sua aparência incomodava no ambiente acadêmico.
As ofensas atrofiaram-se em um ambiente onde se discute o combate à discriminação racial, uma ironia que não passou despercebida por quem estava presente. Na segunda ocasião, Kallyana não apenas reiterou suas críticas, mas fez ameaças diretas à Daiane, garantindo que ela se arrependeria do ocorrido. “Você é feia, seu cabelo é feio, não gosto do seu cabelo. […] Ela terá problemas”, disse, em voz alta, durante uma palestra.
Após o primeiro episódio, Daiane recorreu à direção da faculdade, mas enfrentou uma reação de omissão. Sentindo-se desassistida, decidiu buscar a ajuda do Ministério Público da Bahia, que aceitou processar Kallyana por injúria racial, difamação e ameaça, liderado pelo promotor João Manoel Santana Rodrigues.
O incidente gerou um impacto significativo na vida de Daiane, que se afastou das aulas presenciais e iniciou acompanhamento psicológico. Agora, ela pede medidas protetivas, incluindo distanciamento da agressora e proibição de contato.
Conforme a Lei 7.716/89, qualquer ato de preconceito racial é considerado crime e pode levar a pena de reclusão. As vítimas têm várias opções para denunciar, desde o Disque 100 até registrar um boletim de ocorrência ou entrar em contato com o Ministério Público.
É fundamental que casos como este sejam levados a sério. O silêncio só perpetua comportamentos nocivos. Se você tem uma experiência semelhante ou se preocupa com o respeito à diversidade, compartilhe suas histórias nos comentários.