
A LCM Construção, uma empreiteira que se tornou foco de uma grande investigação da Polícia Federal por supostos desvios no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) no Amapá, fez história ao receber aproximadamente R$ 418 milhões em emendas parlamentares desde 2016. Essa história sombria revela como recursos públicos podem ser manipulados em prol de interesses questionáveis.
Entre esse valor, R$ 71 milhões são oriundos de emendas de relator – apelidadas de “orçamento secreto” por sua falta de transparência. Os dados, acessíveis no Portal da Transparência, evidenciam como esses repasses têm sido canalizados para a execução de obras, principalmente na manutenção e adequação de rodovias.
A investigação ganhou força com a análise de contratos que somam R$ 60 milhões, vinculados a uma obra de pavimentação da BR 156. Documentos judiciais indicam indícios de irregularidades nos pregões realizados, apontando para um suposto esquema de direcionamento de licitações e lavagem de dinheiro. O presidente da LCM, Luiz Otávio Fontes Junqueira, é mencionado como um dos principais envolvidos.
Estudos periciais revelaram que, entre outros problemas, a empresa apresentou propostas com condições irregulares e não competitivas. A apuração também sugere a simulação de concorrência em licitações, com a participação de um grupo criminoso organizado que teria manipulado pelo menos quatro pregões eletrônicos.
A operação, realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), resultou na busca de 11 mandados e se expandiu para incluir outros envolvidos, como empresários locais e um superintendente afastado do Dnit. Apesar do nome do senador Davi Alcolumbre ter surgido nas investigações, ele não é alvo e foi
desassociado de qualquer ato ilícito.
A LCM, em sua defesa, nega qualquer irregularidade em sua participação nos processos licitatórios e reafirma sua disposição para colaborar com as autoridades. O Dnit, por sua vez, destaca seu comprometimento em colaborar com as investigações, reforçando sua Política Antifraude e Anticorrupção.
Esse caso encapsula a batalha contínua contra a corrupção e o uso inadequado de recursos públicos. A sociedade aguarda o desfecho dessa trama, que não é apenas sobre números, mas sobre a integridade da administração pública e a responsabilidade daqueles que exercem poder. Como você vê o papel das emendas parlamentares nesse contexto? Compartilhe sua opinião nos comentários.