
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) marca um momento crucial na política brasileira. Envolto em uma trama que investiga a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, o evento se torna o pano de fundo para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Em meio às tensões, ele intensifica suas articulações em favor de uma anistia aos envolvidos. Os aliados de Tarcísio indicam que seu foco é facilitar o trâmite da proposta no Congresso Nacional, mas sem expor-se a polêmicas sobre a atuação dos ministros do STF durante o julgamento.
Nesta terça-feira, enquanto a Suprema Corte analisa o caso, Tarcísio se dirige a Brasília com a intenção de dialogar sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Anistia. A expectativa é que ele se encontre com o presidente da Câmara, Hugo Motta, que enfrenta pressão dos bolsonaristas para debater a proposta. Recentemente, Motta expressou que não vê um clima favorável para a aprovação de uma anistia ampla.
As prioridades de Tarcísio para a semana incluem importantes leilões de concessão, como o túnel Santos-Guarujá, agendado para sexta-feira, e ele também deverá participar de um evento bolsonarista na Avenida Paulista no domingo. Caso questionado sobre o julgamento no STF, Tarcísio mantém sua linha defensiva, reiterando acreditar na inocência de Bolsonaro e descreditando partes do processo.
Em um café da manhã com Marcos Pereira, presidente nacional do partido Republicanos, Tarcísio discutiu os desafios da tramitação do projeto de anistia. O projeto visa absolver os envolvidos nas ações do dia 8 de janeiro e busca, na visão dos bolsonaristas, oferecer suporte ao ex-presidente atualmente réu no STF. A decisão de divulgar essa articulação parece ter objetivo de “blindar” Motta, buscando implicá-lo em uma pauta que, segundo aliados, já teria respaldo público e dimensões maiores.
A pressão sobre Tarcísio aumenta conforme avança o julgamento e medidas restritivas contra Bolsonaro, como a tornozeleira eletrônica. Apesar de afirmar sua intenção de buscar a reeleição, ele participa de eventos que o colocam em uma posição presidencialista, sem deixar de ser visto como uma das apostas da direita para 2026. O apoio de figuras centrais da oposição ao governo Lula é um ativo valioso, mas conversas internas, incluindo críticas de Eduardo Bolsonaro sobre a política de Tarcísio, expõem um racha nas estratégias da direita.
Para o cientista político Rodrigo Prando, a situação de Tarcísio é delicada. Ele terá que escolher entre continuar sua pré-candidatura à reeleição ou assumir uma postura mais ousada visando o Palácio do Planalto, especialmente se ocorrer uma condenação de Bolsonaro. O dilema entre “paciência histórica” e “ousadia” se torna evidente à medida que a polarização política se intensifica.
E você, o que pensa sobre as articulações de Tarcísio e o impacto do julgamento de Bolsonaro? Compartilhe suas opiniões nos comentários!