10 agosto, 2025
domingo, 10 agosto, 2025

Tarifa dos EUA dificulta retomar equilíbrio entre déficit em conta corrente e IDP

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O Brasil enfrenta um desafio crescente em equilibrar seu déficit em conta corrente, que chegou a impressionantes US$ 73,135 bilhões nos últimos 12 meses, correspondente a 3,42% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa situação se agrava pela desaceleração dos investimentos diretos recebidos pelo país, que somaram apenas US$ 70,476 bilhões, demonstrando que a situação poderá piorar até o final do ano, especialmente devido às incertezas em torno das novas tarifas de importação dos Estados Unidos.

De acordo com especialistas, o superaquecimento da economia brasileira é uma das razões principais para esse aumento no déficit. Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, explica que um déficit próximo de 4% do PIB é um aviso claro de que a economia está se expandindo em um ritmo insustentável. Quando em crescimento saudável, o Brasil deveria ter um déficit mais controlado, em torno de 2% do PIB.

Conforme a demanda interna aumenta, as importações também crescem, exacerbando o déficit na balança comercial. Lucas Farina, analista econômico da Genial Investimentos, ressalta que essa pressão se estende para as contas de serviços, como a crescente demanda por serviços de streaming e outros produtos digitais. Isso ilustra o quanto o Brasil está dependendo cada vez mais de gastos em moeda estrangeira, superando suas receitas com exportações.

Historicamente, o investimento direto no país era suficiente para cobrir essas lacunas, mas essa realidade mudou a partir de 2025, quando as incertezas geradas pelas tarifas norte-americanas começaram a afetar os fluxos de capital. Os EUA são responsáveis por cerca de um quarto dos investimentos estrangeiros no Brasil; portanto, um prolongamento das tensões comerciais poderá resultar em uma redução contínua do IDP, já visível nos últimos meses.

A continuidade dessa tendência pode ter sérias consequências para a economia. Um baixo nível de IDP pode provocar uma pressão sobre a taxa de câmbio, elevando-a, o que, por sua vez, terá repercussões negativas na inflação e, consequentemente, na economia como um todo. Farina prevê um câmbio a R$ 5,67 e um crescimento do PIB a 2,4% em 2025, o que indicaria a necessidade de ajustes dolorosos, como uma possível retenção na redução da taxa Selic, atualmente em 15%.

As estimativas indicam que o déficit nas transações correntes poderá atingir US$ 68 bilhões em 2025, enquanto a entrada de investimentos estrangeiros deve sumar apenas US$ 66 bilhões. Esses números são bastante preocupantes, principalmente se considerarmos o potencial agravamento das tensões comerciais entre os dois países. É um momento crítico em que decisões urgentes e estratégicas são necessárias para garantir estabilidade econômica.

Queremos saber a sua opinião: como você enxerga o cenário econômico atual do Brasil e os impactos das tarifas dos EUA? Deixe seu comentário e participe dessa discussão!

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