Na última terça-feira, durante a 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez uma análise contundente sobre os impactos do tarifaço norte-americano nas exportações brasileiras. Ele informou que aproximadamente 4% das exportações poderão ser afetadas, mas destacou que 2% desse montante já encontrará novos mercados, especialmente entre as commodities. Haddad enfatizou que, apesar de uma situação desafiadora, o governo brasileiro está preparado para agir e proteger os setores vulneráveis.
O ministro iniciou sua apresentação trazendo uma mensagem encorajadora, lembrando conquistas significativas que podem ter passado despercebidas em meio à preocupação com o tarifaço. Ele mencionou a saída do Brasil do Mapa da Fome, o menor índice de desemprego da história — com 5,8% — e um crescimento na renda que, segundo ele, “não ocorre desde o Plano Real”. Além disso, destacou a diminuição da inflação e da desigualdade, resultados que refletem um ajuste fiscal cuidadoso e o investimento em áreas cruciais, como infraestrutura e educação.
Haddad revisitou a trajetória das exportações brasileiras para os Estados Unidos, que, em 2003, representavam 25% do total. Atualmente, esse percentual caiu para apenas 12%, sendo que, desses, 4% estão sob risco devido às novas tarifas. “Desses 4%, mais de 2% encontrarão destinos alternativos, pois tratam-se de commodities com preços internacionais”, esclareceu o ministro, reiterando a necessidade de atenção especializada para setores vulneráveis, como a fruticultura, que gera muitos empregos.
“Mesmo que apenas 2% ou 1,5% das exportações sejam afetadas, não podemos relaxar. Há setores que precisam de suporte”, alertou Haddad. Ele reafirmou o compromisso do governo em garantir que as pessoas tenham acesso a alimentos e empregos, prometendo assistência às famílias impactadas por uma situação que considerou “injusta” e que não condiz com a longa relação de amizade entre Brasil e Estados Unidos.
Haddad também aproveitou a oportunidade para retomar as “boas notícias”. Falou sobre os recordes de investimentos na indústria e na infraestrutura, que enfrentam seu melhor momento em 15 anos. “Precisamos olhar tudo isso com otimismo, especialmente em tempos de desafios geopolíticos. Sem otimismo, não aconselho ninguém a assumir o Ministério da Fazenda do Brasil”, concluiu.
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