7 setembro, 2025
domingo, 7 setembro, 2025

Tarifaço imposto pelos EUA a exportações do Brasil completa um mês neste sábado

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O tarifaço imposto pelos Estados Unidos a exportações brasileiras chegou ao seu 30º dia, trazendo à tona um intenso cenário econômico e diplomático. Em 9 de julho, o presidente Donald Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciando a imposição de tarifas de 50% sobre todas as exportações do Brasil para os EUA. Justificava essa medida pelo déficit comercial americano e alegações sobre o tratamento dado a Jair Bolsonaro, ex-presidente brasileiro em meio a um processo no STF por tentativa de golpe de Estado.

A resposta do Brasil foi clara: em uma carta, destacou que ao longo de 15 anos, acumulou um déficit de quase US$ 410 bilhões na relação com os Estados Unidos, ou seja, importou mais do que exportou. O tarifaço, que começaria em 1º de agosto, foi confirmado por Trump em 30 de julho, junto a uma lista de cerca de 700 produtos isentos. Estes incluíam itens críticos, como suco de laranja, fertilizantes e aeronaves, beneficiando a Embraer, uma das maiores fabricantes de aviões do mundo.

O impacto das tarifas é profundo. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), 35,9% das exportações brasileiras para os EUA foram afetadas, somando uma nova alíquota de 50% sobre várias categorias, incluindo autopeças e metais. Apesar das dificuldades, 64,1% das exportações ainda competem de maneira semelhante no mercado estadunidense, devido às exceções e tarifas específicas.

Mesmo diante da imposição do tarifaço, o Brasil se empenhou em renegociar com os EUA. No dia seguinte ao início das tarifas, o ministro Geraldo Alckmin se reuniu com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos. Infelizmente, reuniões chave foram canceladas, o que foi atribuído à influência de grupos extremistas na política americana, que têm se relacionado à extrema direita no Brasil.

O governo brasileiro também enviou uma mensagem firme ao exterior, reafirmando sua soberania. Lula desafiou as alegações de Trump, afirmando que o Brasil é um parceiro comercial confiável. “Estamos desmentindo mentiras”, disse o presidente, que também ressaltou que o país não aceitaria desrespeito ou ofensas.

Internamente, o Brasil acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) para buscar reparação contra o tarifaço, argumentando que os EUA estavam violando compromissos estabelecidos. Além disso, iniciou processos para aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica, permitindo contramedidas tarifárias contra os EUA. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem defendido cautela nesse processo, priorizando negociações.

A taxação não apenas afeta diretamente os preços, mas também a competitividade de produtos brasileiros. O estado do Ceará, por exemplo, enfrentou uma situação de emergência, já que mais de 90% de suas exportações para os EUA foram impactadas. O foco tem sido, principalmente, a fruticultura, onde muitos agricultores dependem das vendas para o mercado americano.

Para mitigar esses efeitos, o governo federal lançou o Plano Brasil Soberano, que inclui R$ 30 bilhões em linhas de crédito para financiar empresas afetadas. A iniciativa prevê condições mais acessíveis para empréstimos e isenção de tributos, além da participação do BNDES como um suporte financeiro adicional.

Os dados mais recentes revelam que as exportações para os EUA caíram 18,5% em agosto, o primeiro mês sob o impacto do tarifaço. Contudo, as exportações totais cresceram 3,9% em comparação a outros países, evidenciando uma resiliência no comércio exterior brasileiro.

Como você vê essa situação? Acredita que o Brasil está fazendo o suficiente para se proteger contra essas tarifas? Compartilhe sua opinião nos comentários, queremos ouvir você!

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