27 julho, 2025
domingo, 27 julho, 2025

Terras raras podem ser trunfo do Brasil no tarifaço dos EUA. Entenda

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O Brasil enfrenta um desafio crescente diante do tarifaço dos Estados Unidos, que entrará em vigor em 1° de agosto, com uma alta de 50% nas taxas sobre produtos brasileiros. Em vista disso, o governo busca estratégicas para negociar com os americanos, mirando um trunfo poderoso: as terras raras.

Esses elementos químicos, fundamentais para indústrias como a automotiva e de energia, são uma carta valiosa na mesa de negociações. O público norte-americano tem mostrado interesse renovado por essas matérias-primas, conforme evidenciado em uma reunião entre o encarregado de negócios da embaixada dos EUA e representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Dados reveladores indicam que, em 2024, o setor de rochas brasileiras exportou US$ 711 milhões para os Estados Unidos, um crescimento de 17% em relação ao ano anterior. O Espírito Santo se destaca como o maior polo, contribuindo com mais de 94% desse volume. Entretanto, a recente taxa tariffária tem causado perturbações, resultando na suspensão de 60% das exportações de rochas naturais ao mercado americano, o que pode resultar em uma perda de até US$ 40 milhões apenas em julho.

Mas por que as terras raras são tão cruciais? Estes 17 elementos essenciais são a base da tecnologia moderna, permitindo a fabricação de ímãs permanentes, usados em tudo, desde turbinas eólicas a veículos elétricos. O quilo de neodímio, por exemplo, custa cerca de 55 euros, enquanto o de térbio pode ultrapassar 850 euros, um valor exorbitante em comparação ao minério de ferro, que custa apenas R$ 0,60 o quilo.

Em uma análise mais apurada, o diretor do Serviço Geológico do Brasil, Valdir Silveira, enfatiza que o Brasil tem todas as condições de utilizar sua riqueza mineral como um ativo nas negociações. Ele frisa a necessidade do país se afirmar no cenário geopolítico, especialmente em questões como transição energética e segurança alimentar, onde os minerais brasileiros se tornam indispensáveis.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também lançou um alerta, ressaltando que os minerais estratégicos são um patrimônio do povo brasileiro, assegurando que nunca estarão em mãos estrangeiras. Essa afirmação solidifica a posição do Brasil, já que os Estados Unidos buscam alternativas e se tornam cada vez mais interessados em fontes seguras e politicamente alinhadas em resposta à dependência de minerais da China.

Victor Taranto, especialista em direito minerário, observa que as tarifas impostas pelos EUA são motivadas não apenas por questões econômicas, mas também políticas. O Brasil, mesmo com um déficit comercial, entra na lista de alvo das tarifas, o que demonstra que a lógica por trás da decisão é complexa e multifacetada.

Além dos minerais críticos, o Brasil possui ativos valiosos na agroindústria e parcerias em energia limpa. Contudo, Taranto alerta que esses elementos não garantem a reversão das tarifas, dado que os interesses dos EUA são amplos e envolvem uma visão geopolítica mais vasta.

E agora, o que você pensa sobre essa situação? Acredita que o Brasil conseguirá usar suas terras raras como um efetivo trunfo nas negociações? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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