23 setembro, 2025
terça-feira, 23 setembro, 2025

TikTok classifica vídeo de tragédia em Gaza como produto na TikTok Shop

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Recentemente, um vídeo de uma emissora turca no TikTok gerou grande polêmica. Nele, uma mulher palestina é vista chorando ao retornar para sua casa em ruínas, desesperada por sua família desaparecida. O que deveria ser um momento de dor e reflexão rapidamente se transforma em algo desconcertante: a plataforma sugere roupas semelhantes às que ela usa, utilizando seu recurso de “encontrar semelhantes”.

Esse recurso, impulsionado por inteligência artificial, identifica objetos nos vídeos e recomenda itens aos usuários. Contudo, a implementação dessa tecnologia revela um triste descuido: a incapacidade de reconhecer o contexto emocional dos conteúdos apresentados. Em um momento de luto, a comercialização se sobrepõe à compaixão.

Recurso do TikTok Shop aparece no vídeo, mesmo sendo um conteúdo sensível (Imagem: TikTok via The Verge)

Ao assistir ao vídeo, a mulher, em estado de desespero, questiona: “Onde estão minhas três filhas, meu marido e meu primo?”. Após sair para comprar farinha, ela ao voltar encontra sua casa devastada. Enquanto ela chora, a sugestão da plataforma aparece, perguntando se o usuário gostaria de “encontrar semelhante”. Um clique leva a uma lista de roupas como o vestido e o véu que ela usa.

A crítica a essa funcionalidade não se fez esperar, sendo destacada pelo site The Verge. O TikTok Shop visa monetizar a plataforma, mas em um momento tão delicado, isso provoca desconforto. A empresa alega que a IA pode ter limitações e que a configuração do recurso pode ser desativada, sugerindo que nem todos os usuários veem mensagens similares em vídeos trágicos.

Ferramenta redireciona para links de compra de roupas semelhantes às da mulher do vídeo (Imagem: TikTok via The Verge)

Outras plataformas, como Instagram e YouTube, também utilizam sistemas semelhantes para ajudar os usuários a encontrar produtos que visualizam em vídeos. Porém, a questão persiste: até que ponto é ético promover vendas em meio a conteúdos sensíveis, onde a dor das pessoas não pode ser ignorada?

A discussão sobre a ética no uso de inteligência artificial se intensifica. Como observou a colunista Mia Sato, a monetização excessiva pode afastar os valores humanos, transformando histórias de vida em meros anúncios. É crucial que as plataformas repensem suas práticas e a forma como utilizam a tecnologia para assegurar que o contexto humano não seja reduzido a algoritmos frios.

O TikTok não se pronunciou oficialmente sobre a situação, mas o episódio levanta um importante questionamento: devemos aceitar que a tecnologia avance sem considerar a sensibilidade do conteúdo? Sua visão é bem-vinda! O que você pensa sobre a relação entre comércio e empatia nas redes sociais? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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