No último domingo, 19 de outubro, um episódio lamentável manchou a competição do Campeonato Paulista sub-12. Uma torcedora do Corinthians foi presa em flagrante após fazer ofensas racistas dirigidas a uma criança do time Manthiqueira, durante uma partida no estádio Dário Rodrigues Leite, em Guaratinguetá. A indignação foi palpável quando o árbitro, Guilherme Drbochlaw, teve que interromper o jogo, acionando o protocolo antirracismo após perceber o estado emocional do jovem atleta, que, em lágrimas, se sentou em campo.
As palavras cruéis proferidas pela torcedora, que foram relatadas na súmula, feriram não apenas a criança, mas todos os que estavam presentes nesse momento de pura inocência. Entre os xingamentos, estavam expressões como “preto, filho da puta, sem família, vai tomar no cu”, que ecoaram na mente de quem testemunhou a cena. Já durante o intervalo, jogadores do Manthiqueira haviam alertado sobre os xingamentos provenientes da torcida visitante, forçando um funcionário do Corinthians a intervir e orientá-los sobre comportamento adequado.
O jogo, que terminou com uma vitória de 5 a 1 para o Corinthians, deveria ser lembrado apenas como uma partida de futebol entre crianças. Contudo, a atitude da torcedora ofuscou a alegria do evento. Após a audiência de custódia, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória à mulher, impondo medidas cautelares, mas a ferida deixada nas vítimas e na sociedade permanece aberta.
A Federação Paulista de Futebol (FPF) expressou sua indignação e revolta diante do ocorrido, destacando que a idade da vítima torna o fato ainda mais chocante. Em sua nota, reafirmou: “O Futebol Paulista não tolera a participação de racistas em suas competições”. O Corinthians também se manifestou, repudiando qualquer ato discriminatório e se colocando à disposição das autoridades para colaborar na investigação.
O clube Manthiqueira, em uma nota de profundo repúdio nas redes sociais, lembrou que se trata de crianças de apenas 12 anos. “Ontem foi um dia que, apesar de desejarmos esquecer, precisará ficar na memória de todos. Racismo não se tolera”, declarou o clube. Essa situação serve como um chamado à reflexão e ação. Todos nós devemos nos unir para combater o racismo, garantindo que o esporte seja um espaço seguro e acolhedor para todos.
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