
A tragédia envolvendo o corredor amador Emerson Pinheiro, de 29 anos, reacende um debate crucial sobre os perigos da combinação entre drogas e direção. O infortúnio ocorreu no último sábado, no bairro da Pituba, quando Emerson foi atropelado pelo motorista Cleydson Cardoso Costa. Embora a embriaguez não tenha sido confirmada oficialmente — o motorista não fez o teste do bafômetro e recusou o exame de sangue —, testemunhos e vídeos indicam sinais claros de que ele estava sob influência de álcool no momento do acidente.
Dados alarmantes de 2023 apontam que 981 vidas foram perdidas nas estradas da Bahia devido a acidentes relacionados ao álcool, evidenciando um crescimento de 12,6% em comparação ao ano anterior. Essa realidade exige uma reflexão profunda: o Estado registrou uma taxa de mortalidade por álcool no trânsito de 6,9% para cada 100 mil habitantes, números superiores à média nacional. O presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, Antônio Meira, salienta a necessidade de que motoristas mantenham sua capacidade física e mental intactas para conduzir seus veículos — algo que o consumo de álcool compromete gravemente.
A situação é alarmante e se agrava a cada ano. A Bahia alcançou seu pior índice de acidentes fatais em 25 anos, com uma média de 8 óbitos diários. Para a presidente do Conselho Estadual de Trânsito da Bahia (Cetran), Mag Gramacho, a educação no trânsito é a verdadeira chave para a transformação dessa realidade. “Precisamos de campanhas mais eficazes e de uma inclusão do Código de Trânsito no currículo escolar”, enfatiza.
Emerson, que se preparava para a maratona de Buenos Aires em setembro, sofreu gravíssimas lesões — uma perna foi amputada e a outra fraturada. Após o acidente, ele foi internado no Hospital Geral do Estado (HGE), de onde saiu da intubação recentemente. A reação de amigos e familiares foi de indignação e solidariedade. Genildo Lawinscky, um de seus amigos corredores, expressou a dor da comunidade de atletas, que se mobilizou rapidamente para realizar doações de sangue em apoio a Emerson.
Enquanto a defesa de Emerson continua coletando evidências sobre a embriaguez do motorista — incluindo vídeos e depoimentos —, a importância de se discutir o papel das substâncias psicoativas na direção só se intensifica. Com a vida de tantos em risco, a sociedade não pode permanecer inerte. É fundamental discutir e buscar soluções que possam transformar essa dura realidade em um futuro mais seguro para todos. Sua opinião é importante: o que você acha que pode ser feito para diminuir esses índices de acidentes? Comente abaixo!