19 agosto, 2025
terça-feira, 19 agosto, 2025

Transplante de olhos: máquina mantém o órgão vivo fora do corpo por horas

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Protótipo do olho-PORTADOR

O transplante de olhos, até recentemente, era uma fronteira quase inexplorada na medicina. Em maio de 2023, a história tomou um novo rumo com o primeiro transplante total bem-sucedido realizado no NYU Langone Health, onde Aaron James se tornou o pioneiro nesta nova era da transplante ocular. Mas a inovação não para por aí; cientistas de ponta estão criando uma nova esperança com o desenvolvimento do ECMO ocular, um dispositivo que promete revolucionar o armazenamento e transporte de olhos humanos.

Na Universidade de Miami, o professor Ashutosh Agarwal e sua equipe conseguiram manter um olho humano em condições ideais por várias horas após sua remoção. Essa façanha representa um enorme avanço, considerando que a sobrevivência do órgão fora do corpo é uma tarefa complexa. Os olhos precisam de um suprimento constante de sangue oxigenado, e qualquer interrupção nesse fluxo pode causar danos irreparáveis à retina.

Equipe da Universidade de Miami

O processo de preservação não é simples. Os olhos, além de serem órgãos sensíveis, são conectados ao cérebro e, até hoje, faziam parte de um grupo restrito de órgãos que nunca foram transplantados – ao lado do cérebro, medula espinhal e aparelho auditivo. Dr. David Tse, líder do projeto de transplante, destaca a importância de manter o fluxo sanguíneo durante a recuperação e transplante, garantindo assim a funcionalidade do órgão.

O olho é único porque requer um fluxo constante de sangue oxigenado. Para garantir a viabilidade de um olho doador, precisamos manter esse fluxo, ou perfusão, e evitar qualquer perda de oxigenação do tecido durante o processo de recuperação e implantação do olho.

Dr. David Tse, Bascom Palmer Eye Institute.

A parceria entre Tse e o Dr. Daniel Pelaez levou à criação do ECMO ocular, inspirado em um dispositivo utilizado em transplantes cardíacos e pulmonares. O procedimento requer a remoção do olho de um doador em morte cerebral e a colocação imediata na máquina, que bombeia sangue aquecido e oxigenado, preservando a viabilidade do órgão. Um teste inicial demonstrou que o sistema conseguiu manter o olho funcional por várias horas.

É um procedimento que nunca havia sido realizado em nenhum local nos Estados Unidos – e talvez no mundo. Este foi o primeiro passo para demonstrar a eficácia do ECMO ocular.

Prof. Ashutosh Agarwal, Universidade de Miami.

Os passos dessa revolução são claros:

  • Desenvolvimento da máquina portátil de ECMO ocular que garante a oxigenação constante, fundamental para a retina.
  • Criação de uma cânula personalizada em 3D, facilitando a conexão entre a máquina e o olho.
  • Utilização do olho-PORTADOR, um dispositivo inovador que possibilita o transporte seguro do órgão doado.

Recentemente, a equipe utilizou esse dispositivo durante o primeiro transplante de olhos, mantendo o órgão vivo por várias horas e confirmando sua viabilidade. Agora, os pesquisadores estão focados em desafios ainda maiores, como preservar o nervo óptico e conectar o órgão ao receptor, considerados passos cruciais para a cura da cegueira.

E você, o que acha desse avanço na medicina? Comente abaixo suas impressões ou compartilhe suas dúvidas sobre o futuro do transplante de olhos!

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