Em um giro inesperado na política paulista, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) aprovou, em uma sessão histórica realizada no dia 10 de julho, a retotalização das eleições de 2022 para o cargo de deputado estadual. O resultado dessa decisão revelou uma mudança significativa no cenário legislativo: a deputada Camila Godoi (PSB) foi oficialmente declarada eleita, enquanto Simão Pedro Chiovetti (PT) viu seu cargo transformado em 1º suplente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Essa reviravolta não ocorreu sem controvérsias. A decisão do TRE-SP foi unânime e se baseou em uma ação que o parlamentar do PT havia movido na tentativa de impedir a retotalização. Vale lembrar que Simão já havia enfrentado uma turbulência jurídica anterior, tendo perdido o cargo em novembro do ano passado, após Ações de Investigação Judicial Eleitoral resultarem em um novo cálculo de votos.
Após uma breve recuperação de seu mandato em uma liminar concedida em novembro, o deputado viu sua situação se reverter novamente nesta semana, assumindo agora a posição de primeiro suplente. Por outro lado, Camila Godoi, que antes ocupava o posto de suplente, agora brilha como a nova deputada estadual.
Essa mudança é significativa também para o Partido dos Trabalhadores (PT), que até então contava com 19 deputados, mas ao perder essa cadeira, vê sua representação reduzida, ultrapassada pelo PL na Assembleia.
A origem da retotalização
- A retotalização se fez necessária após a cassação dos registros de candidatura do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) devido a uma fraude à cota de gênero.
- Os votos desses partidos foram considerados nulos, alterando o total de votos válidos das eleições de 2022.
- Como resultado, uma nova totalização se tornou imprescindível, pois os votos de candidaturas cassadas não são contabilizados no cálculo para distribuição de vagas.
- Diferentemente de uma recontagem, a retotalização ajusta apenas o total de votos válidos, sem reavaliar cada voto das urnas.
Reações e reflexões de Simão Pedro
Diante da decisão, Simão Pedro expressou seu respeito ao resultado, apesar de considerar injusta a punição a ele e ao PT pelos erros de outros partidos. Em suas palavras, ressaltou a frustração de ver seus aproximadamente 60 mil eleitores prejudicados por ações que não foram de sua responsabilidade direta.
“O PT sempre defendeu a equidade e a presença feminina na política, respeitando rigorosamente a cota de gênero,” afirmou Simão, deixando claro seu compromisso com a justiça e a transparência. Ele também anunciou sua intenção de recorrer às Cortes Superiores, em busca de uma reavaliação que defenda os direitos fundamentais e o devido processo legal.
“Continuamos firmes na esperança de que a reparação se efetive rapidamente, garantindo um mandato legitimamente conquistado nas urnas,” finalizou o parlamentar, demonstrando resiliência em meio ao desafio.
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