Um novo capítulo nas relações entre Estados Unidos e Canadá se desenha após a declaração do primeiro-ministro canadense, Mark Carney, que anunciou a intenção de reconhecer a Palestina como um Estado. Através de uma ação coordenada com a França e o Reino Unido, essa decisão causou apreensão entre os líderes norte-americanos, particularmente Donald Trump, que alertou que tal movimento tornaria um acordo comercial quase impossível.
Na manhã de quinta-feira, 31 de agosto, Trump fez declarações contundentes em sua plataforma Truth Social, enfatizando as dificuldades que o reconhecimento da Palestina traria para as negociações comerciais entre os países. O republicano estabeleceu um prazo crítico de 1º de agosto para que as nações avançassem em acordos com sua administração, ameaçando tarifas de até 50% sobre exportações caso as negociações não progredissem.
A pressão que Trump tem exercido sobre seus aliados desde sua posse em janeiro inclui a implementação de tarifas mais altas como uma forma de persuadi-los a alterar suas políticas. Sua recente ameaça de tarifas sobre produtos indianos, motivada por compras de petróleo e equipamentos militares da Rússia, demonstra a extensão de sua estratégia comercial.
No panorama político canadense, a ascensão de Mark Carney como líder do Partido Liberal trouxe uma nova dinâmica ao cenário. Após a renúncia de Justin Trudeau e a vitória de Carney nas eleições, o governo liberal se distanciou da sua reputação considerada impopular, posicionando-se de maneira mais assertiva em temas internacionais.
A fala de Carney sobre a Palestina é fundamental, pois reflete a crença do Canadá em uma solução de dois Estados para o conflito que persiste desde 1948. Ele também destacou as condições que devem ocorrer dentro da Autoridade Palestina, como a realização de eleições, para que o reconhecimento possa se concretizar.
Entretanto, a reação de Israel foi imediata e crítica, acusando a iniciativa de ser parte de uma “campanha distorcida de pressão internacional”. O ambiente atual no Oriente Médio é tenso, com a situação humanitária na Faixa de Gaza se agravando enquanto a ofensiva israelense continua. Carney expressou preocupação com a erosão da possibilidade de uma solução de dois Estados, citando a expansão dos assentamentos israelenses e a contínua crise humanitária que destroça a vida de milhares de palestinos.
Com mais de 60 mil palestinos mortos e um bloqueio severo da ajuda humanitária, a situação é crítica. O primeiro-ministro canadense falou sobre o “fracasso contínuo” de Israel em prevenir catástrofes e a necessidade urgente de uma nova abordagem para a paz. A realidade de que 143 dos 193 países membros da ONU já reconhecem a Palestina como Estado ressalta a crescente pressão internacional sobre esta questão complexa e delicada.
E você, qual sua opinião sobre o reconhecimento da Palestina? Acha que essa decisão pode mudar a dinâmica das relações comerciais e políticas entre os países? Compartilhe seus pensamentos nos comentários!