16 agosto, 2025
sábado, 16 agosto, 2025

Tubarões-brancos escondem segredo que desafia a evolução

Compartilhe

Os grandes tubarões-brancos (Carcharodon carcharias), muitas vezes temidos como os predadores supremos dos oceanos, escondem um segredo genético que está intrigando cientistas ao redor do mundo. Um estudo recente publicado na PNAS revelou que, diferente do que se acreditava, esses animais não representam uma única espécie global, mas sim três grupos distintos, cada um com suas características genéticas únicas. Essa revelação, embora fascinante, levanta ainda mais perguntas sobre a evolução desses magníficos seres marinhos.

A pesquisa, conduzida pelo renomado Gavin Naylor, responsável pelo Programa de Pesquisa de Tubarões da Flórida, revelou que os tubarões-brancos modernos descendem de uma população ancestral que viveu há cerca de 10.000 anos, antes de uma drástica diminuição populacional provocada pela última era glacial. Atualmente, esses tubarões podem ser divididos em três grupos principais:

  • Pacífico Norte
  • Pacífico Sul e Oceano Índico
  • Atlântico Norte e Mediterrâneo

O Que Revela a Pesquisa?

O estudo revelou que, enquanto o DNA nuclear desses tubarões é quase idêntico, seu DNA mitocondrial (mtDNA) — herdado apenas pelas mães — apresenta diferenciações significativas. Isso desafia as teorias evolutivas tradicionais, além de complicar os métodos utilizados para rastrear migrações e processos de conservação de espécies.

Tradicionalmente, o mtDNA tem sido a chave dos biólogos para desvendar linhagens maternas e padrões migratórios. Contudo, no caso dos tubarões-brancos, este método se mostrou menos eficaz do que o esperado. Inicialmente, acreditava-se que as fêmeas retornavam ao local de nascimento para se reproduzir, um comportamento conhecido como filopatria feminina, que poderia justificar as variações observadas no mtDNA. No entanto, ao analisar os genes de 150 tubarões provenientes de diferentes regiões, Naylor e sua equipe não encontraram evidências que sustentassem essa teoria.

Cercados por incertezas, os pesquisadores testaram várias simulações evolutivas, incluindo deriva genética e variações na proporção de machos e fêmeas, mas nenhuma delas conseguiu fornecer uma explicação satisfatória para as discrepâncias encontradas no mtDNA.

Um grande tubarão-branco nos mares ao redor de Cape Cod. Crédito: Greg Skomal via NOAA

O Mistério Permanece

Uma possibilidade intrigante sugere que a seleção natural pode estar agindo fortemente sobre o mtDNA, mas os pesquisadores permanecem céticos. Para que esse fenômeno ocorra, seria necessário um evento extremamente letal eliminando tubarões com certas variações genéticas — algo improvável, considerando que a população global de tubarões-brancos é estimada em cerca de 20.000 indivíduos. A pesquisa aponta que ainda falta uma peça-chave para esclarecer a razão da diversidade observada no mtDNA desses predadores magníficos.

O mistério em torno dos tubarões-brancos não apenas desafia nosso entendimento atual sobre esses animais fascinantes, mas também pode ter importantes repercussões para a conservação de outras espécies de tubarões. Os autores concluem que a variabilidade mitocondrial observada nas populações naturais nunca foi replicada em nenhuma simulação, mesmo sob extremos de filopatria feminina, sugerindo a atuação de fatores ainda não identificados.

O que você pensa sobre esta descoberta intrigante? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões!

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você