Deputados do PSDB reagiram às críticas disparadas pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que atacou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) em entrevista publicada na edição deste domingo do jornal
O Estado de S.Paulo
. “É o Aécio que vai salvar a nossa economia?”, questionou Bernardo, ao comentar se a economia era a grande preocupação da campanha deste ano. Bernardo também provocou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ao afirmar que “quem alavancou os grandes investimentos de Pernambuco foi o governo federal”.
“Quando o presidente Lula assumiu (a presidência da República), a inflação era de 12,7%. Quando Fernando Henrique Cardoso (FHC) assumiu, era de 50%, 60%. O presidente FHC teve um papel crucial ao estabelecer as bases da nossa economia: câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário, que o atual governo do PT está desintegrando”, criticou o presidente do PSDB de São Paulo, deputado federal Duarte Nogueira.
Para o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), a fala do ministro demonstra uma preocupação do Palácio do Planalto na condução da própria política econômica. “Quando ele (Paulo Bernardo) fala de economia, comete um ato falho: ‘Quem vai salvar a economia?’. Só de perguntar já é uma demonstração inequívoca de que ele reconhece que a economia vai mal”, comentou Sampaio.
Na entrevista publicada hoje, Paulo Bernardo também afirmou que “aquela turma da PUC do Rio, da Casa das Garças (instituto que reúne ex-colaboradores do governo Fernando Henrique) acha que vai fazer a cabeça das pessoas”, mas, segundo o ministro, “ninguém entende o que eles falam”.
“Quem é ele para questionar a turma da PUC do Rio? Falta qualificação a ele. Ele entrou na hora errada, falou do jeito errado, demonstrando prepotência e arrogância que são as marcas do governo Dilma Rousseff”, rebateu Sampaio.
Programa Social
Na entrevista ao Estadão, Paulo Bernardo afirmou que “a novidade é o Aécio dizer que vai adotar o Bolsa Família”. “Antes, o PSDB dizia que o programa era esmola”, atacou o ministro.
Na opinião do presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado Marcus Pestana, o ministro devia concentrar suas ações na “deterioração dos serviços de telecomunicações”. “Não sei se a idade do ministro está avançando ou a memória falhando, mas quem chamou (os programas sociais) de esmola foi o próprio Lula no governo FHC”, comentou Pestana.
“O Paulo Bernardo e qualquer outro ministro tem pouca margem para falar de eficiência e sobre a eleição de 2014, porque este é o pior ministério da história republicana. A Dilma sequer conseguiu atrair alguém próximo ao mercado para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior”, disse Pestana.
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff decidiu nomear o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges, para a chefia da pasta, no lugar de Fernando Pimentel, que deixou o cargo para concorrer ao governo de Minas Gerais.
Pernambuco
Procurada pela reportagem, a assessoria do governo de Pernambuco ainda não se manifestou sobre as declarações de Paulo Bernardo.
Por | Agência do Estado