9 agosto, 2025
sábado, 9 agosto, 2025

Uso de sistemas de reconhecimento facial cresce em condomínios de Salvador

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Rildo implantou reconhecimento facial em dois condomínios que administra

Nos últimos anos, os sistemas de reconhecimento facial têm ganhado destaque nos condomínios de Salvador, proporcionando uma nova perspectiva em termos de segurança e economia. Essa tecnologia, que promete substituir a portaria tradicional, traz consigo importantes considerações sobre privacidade e conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

A pandemia trouxe um novo cenário para muitos condomínios, forçando-os a buscar alternativas para reduzir custos. A síndica profissional Rose Smera relata que a eliminação da portaria humana foi uma das soluções encontradas. “Além da economia, o reconhecimento facial contribui significativamente para a segurança”, afirma.

Atualmente, o rosto dos moradores se tornou a chave ou tag de acesso. Contudo, esse avanço não é isento de regras. A LGPD classifica a biometria como um dado pessoal sensível, o que exige consentimento explícito dos moradores para sua coleta e uso. Os residentes têm o direito de saber como seus dados serão utilizados e podem solicitar sua exclusão quando necessário.

O consentimento e a transparência são fundamentais. Smera destaca que a implementação do sistema só ocorre após a aprovação em assembleia de moradores, e alternativas como senhas ou tags permanecem disponíveis para aqueles que não desejam fornecer seus dados biométricos. A proteção dos dados também é garantida por cláusulas contratuais com as empresas fornecedoras, assegurando que as informações sejam usadas apenas para controle de acesso.

O síndico Rildo Oliveira, que administra vários condomínios, também é defensor da tecnologia. Ele aponta que o uso do reconhecimento facial oferece controle sobre os acessos e facilita a gestão. “Os dados são restritos à administração, limitando-se apenas à identificação de nome e unidade”, explica.

Entretanto, o crescimento dessa tecnologia levanta preocupações. Em um recente incidente em Jundiaí, a Polícia Civil investigou a venda de dados pessoais de moradores na dark web, reacendendo o debate sobre a segurança da informação. Especialistas alertam que sistemas de reconhecimento facial podem ser alvos de vazamentos, potencializando o risco de fraudes e golpes, especialmente com o uso de deepfakes.

Rosana Sarmento, advogada especializada, alerta sobre o uso indevido das imagens, enfatizando a importância de uma vigilância contínua por parte dos síndicos. “É essencial que os gestores estejam atentos a essas questões, uma vez que a proteção de dados deve ir de mãos dadas com a inovação”, ressalta.

Empresas como a MyCond, que atua na gestão condominial, veem o reconhecimento facial como uma resposta à crescente sensação de insegurança urbana. Ana Rita Oliveira, CEO da empresa, argumenta que essa tecnologia pode ser igualmente, senão mais, segura do que métodos tradicionais, ao eliminar riscos associados a informações divulgadas por funcionários.

Ela reforça que todos os contratos incluem cláusulas de conformidade com a LGPD, garantindo que as imagens dos moradores não sejam utilizadas para fins além do controle de acesso. A responsabilidade dos gestores vai além da adoção da tecnologia; é necessário realizar um mapeamento claro e rigoroso do tratamento de dados, garantindo que os direitos dos moradores sejam respeitados.

Portanto, a adoção do reconhecimento facial em condomínios de Salvador representa um avanço significativo em segurança, mas também exige uma abordagem cuidadosa em relação à proteção de dados. A verdadeira inovação ocorre quando a segurança e os direitos de privacidade caminham juntos. E você, o que pensa sobre a implementação dessa tecnologia nos condomínios? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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