O Omeprazol, um dos medicamentos mais utilizados para tratar problemas de acidez estomacal, tem se tornado um verdadeiro protagonista no cotidiano de milhões de brasileiros. Seu uso se popularizou tanto que, em 2022, foram vendidas aproximadamente 64 milhões de unidades, segundo dados da Anvisa. Mas, à medida que cresce sua adoção, surgem questionamentos importantes: o uso prolongado de Omeprazol realmente faz mal à saúde?

Embora o Omeprazol seja eficaz no tratamento de condições como refluxo e gastrite, seu uso constante, especialmente por mais de três meses, pode trazer sérias consequências. Entre os riscos associados estão a má absorção de nutrientes cruciais, como ferro, cálcio, magnésio e vitamina B12. Essa deficiência pode resultar em complicações como infecções intestinais e distúrbios no microbioma.
Um estudo de 2023 publicado na revista Frontiers in Pharmacology destaca que os inibidores da bomba de prótons, como o Omeprazol, estão ligados a efeitos adversos não apenas gastrointestinais, mas também neurológicos e metabólicos. Portanto, é vital utilizar esse medicamento sob supervisão médica e por períodos limitados, exceto em casos específicos.

Além das questões de absorção de nutrientes, o uso mais prolongado do Omeprazol pode impactar negativamente a saúde óssea. Isso ocorre porque a diminuição da absorção de cálcio aumenta o risco de osteopenia, osteoporose e fraturas, especialmente em pessoas idosas. Uma pesquisa na Revista Brasileira de Ortopedia confirmou que aqueles que utilizam inibidores da bomba de prótons cronicamente apresentam maior vulnerabilidade a fraturas, particularmente nas vértebras e quadris.

Ademais, inquietações sobre o potencial risco de câncer gástrico também não podem ser ignoradas. Um estudo relatado nos Anais do Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFFS sugere que o uso contínuo de Omeprazol pode levar à hipergastrinemia, uma condição que estimula o crescimento excessivo da mucosa gástrica, criando um ambiente propício para o surgimento de pólipos benignos que, em alguns casos, podem evoluir para neoplasias gástricas, incluindo o adenocarcinoma. Embora não se possa afirmar que o omeprazol causa diretamente o câncer, sua utilização em demasia pode favorecer condições que aumentam esse risco.
De fato, a supressão prolongada do ácido gástrico pode facilitar a colonização por bactérias como Helicobacter pylori, associada a cânceres estomacais. Embora mais pesquisas sejam necessárias para aprofundar essa relação, especialistas recomendam extrema cautela.
Por fim, se você faz uso de Omeprazol ou conhece alguém que utiliza, é crucial refletir sobre essas informações. Compartilhe sua experiência ou opinião nos comentários e ajude a conscientizar mais pessoas sobre os riscos associados ao uso prolongado deste medicamento. Sua voz pode fazer a diferença!