3 setembro, 2025
quarta-feira, 3 setembro, 2025

Vai de Bet: como era esquema que teria desviado milhões do Corinthians

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O escândalo envolvendo o patrocínio do Corinthians pela empresa de apostas Vai de Bet pegou a todos de surpresa em maio do ano passado. A descoberta de um esquema de desvio de milhões começou a esclarecer como interesses pessoais podem corromper as instituições. Desde a denúncia do Ministério Público de São Paulo em julho, revelações chocantes têm desconstruído a imagem do clube e de seus dirigentes.

A investigação revelou que o presidente afastado, Augusto Melo, e ex-dirigentes como Marcelo Mariano e Sérgio Lara Muzel de Moura, junto a representantes de empresas de fachada, teriam desviado mais de R$ 40 milhões do Corinthians. O foco inicial foi a obscuridade em torno do contrato de patrocínio fechado em 2024, avaliado em R$ 360 milhões por três anos, celebrado como um dos maiores do futebol brasileiro.

O contrato, cuja divulgação generou um clima de celebração, na verdade escondia um intermediário: a empresa Rede Social Media Design, cuja existência se mostrava duvidosa. Fundada com um capital social de apenas R$ 10 mil, e sem qualquer experiência em intermediações, a empresa embolsou 7% do total do contrato, o que, ao final da vigência, resultou em R$ 25,2 milhões. Tudo isso levantou suspeitas sobre como um grupo sem qualificação poderia se infiltrar em um dos maiores contratos do esporte nacional.

Augusto Melo, que assumiu a presidência do Corinthians com promessas de revitalizar o clube, foi quem trouxe para o seu círculo Alex Cassundé, suposto intermediário da negociação. No entanto, provas indicam que Cassundé não apenas carecia de experiência, como tampouco esteve presente nas reuniões que selaram o contrato. A investigação enredou-se em evidências de que documentos falsificavam realidades, transformando uma empresa desqualificada em protagonista de um esquema criminoso.

A verdadeira mediadora do negócio foi uma figura do mundo da música sertaneja, que se apresentou como o verdadeiro elo entre os apostadores e o clube. Essa rede de relações revela como, em meio ao glamour da indústria do esporte, sombras se escondem em acordos obscuros.

Pelos desvios realizados, Augusto Melo e seus comparsas geraram um rombo no caixa do Corinthians, utilizando estratégias de lavagem de dinheiro que desdobraram-se em transferências entre empresas de fachada, ocultando a verdadeira origem dos valores. O caminho do dinheiro se revelava tortuoso, e a designação de laranjas nas transações como Edna Oliveira dos Santos e Inaue Santiago Carneiro só reforçava o grau de desespero da operação.

Diante do cenário, o Ministério Público exige reparação e o sequestro de bens dos envolvidos. A defesa de Augusto Melo, no entanto, classifica a denúncia como vaga e desacompanhada de provas concretas. As reações em defesa de outros envolvidos também ressaltam a incredulidade sobre as alegações, criando uma atmosfera de tensão entre o que é percebido como verdade e a realidade das ações. A discussão em torno do impeachment de Melo reforça a urgência das resoluções em um clube que parece estar no epicentro de uma tempestade.

Acredita-se que o desfecho desse escândalo não apenas chamará a atenção para práticas recorrentes no futebol, mas também mobilizará uma reflexão sobre a governança e a transparência nas instituições esportivas. O que ocorrerá a seguir? Vamos acompanhar e, se você tiver opiniões ou dúvidas, compartilhe nos comentários. Sua voz é importante!

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