Intimidações constantes, escolta permanente e até drones sobrevoando sua casa. Esse é o cotidiano do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, reconhecido por sua luta incansável contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Há mais de duas décadas, ele enfrenta a sombra de ameaças de morte que se tornaram parte da sua rotina. Após o assassinato de um agente penitenciário em 2009, um membro do PCC fez uma declaração enfática: “A ordem está dada”.
“Esse [problema] vai me acompanhar para onde eu for”, afirmou Gakiya em uma entrevista ao Metrópoles, refletindo sobre o fardo das ameaças e a vigilância constante que sofre. Uma investigação do MPSP revelou que integrantes da facção alugaram uma propriedade a poucos metros de sua casa, intensificando o risco sobre sua vida. Por mais que Gakiya mude de residência, ele acredita que a localização não é o único fator a preocupar-se: “A mudança não resolve. Eles sabem como me encontrar. Mas é essencial que eu continue o meu trabalho”.
As ameaças, apesar de serem habituais em sua vida, o assustam profundamente, especialmente devido ao possível monitoramento de sua família. “Pode parecer banal, mas não é. Fico abalado, principalmente por saber que eles podem estar observando aqueles que amo”, compartilha o promotor.
Na manhã do dia 24 de outubro, as investigações do MPSP e da Polícia Civil culminaram na operação “Recon”. O objetivo: frustrar um plano do PCC para assassinar Lincoln Gakiya e Roberto Medina, coordenador de presídios. No momento em que estava sendo vigiado, Medina contava com menos proteção, tornando-se um alvo fácil.
Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em várias cidades do interior paulista, onde a célula encarregada da vigilância havia se estabelecido. Esta organização criminosa operava de maneira compartimentada, com detalhes minuciosos sobre a rotina de suas vítimas. Gakiya descreveu essa célula como uma “sintonia restrita”, que envolve pelo menos uma dezena de membros do PCC, incluindo Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano, que foi preso recentemente.
O plano do PCC envolvia não só o assassinato de autoridades, mas um intento ainda mais audacioso: resgatar o líder máximo da facção, Marcola. Contudo, a realidade se tornou mais complexa, tornando inviável a execução do plano devido à segurança reforçada do sistema penitenciário federal. “Existem indícios fortes de que a morte do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi determinada pela facção”, afirmou Gakiya, revelando a gravidade da situação.
A luta de Lincoln Gakiya é um exemplo gritante da tensão entre a lei e o crime organizado, revelando a determinação de quem enfrenta uma das facções mais perigosas do Brasil. O que você pensa sobre essa batalha? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões!