
A tensão política entre a Venezuela e Trinidad e Tobago alcançou um novo patamar com a recente suspensão do acordo energético, uma colaboração que perdurava desde 2015. A medida foi anunciada pela vice-presidente Delcy Rodríguez, logo após Trinidad e Tobago receber um navio de guerra dos Estados Unidos para manobras no Caribe, o que Caracas considera uma séria ameaça à sua segurança nacional.
Durante seu programa semanal, o presidente Nicolás Maduro não hesitou em afirmar que as operações conjuntas entre Washington e Port of Spain são uma clara intimidação. “Aprovei a medida cautelar de suspensão imediata de todos os efeitos do acordo energético. Está tudo suspenso!” anunciou, demonstrando que a Venezuela não tolerará o que vê como intervenções hostis em suas fronteiras.
A reação da primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, foi igualmente contundente. Em sua resposta, enfatizou que seu país “não está sujeito a chantagens políticas”, reafirmando que o futuro de Trinidad e Tobago não depende da Venezuela e que sempre foi independente em suas decisões. Essa declaração ressalta a crescente divisão entre os dois países. Desde que Persad-Bissessar assumiu a liderança, as relações têm se deteriorado, especialmente devido ao alinhamento do governo com os interesses americanos e ao crescente descontentamento com a imigração venezuelana.
Adicionalmente, a autorização dada por Washington a Trinidad e Tobago para explorar um promissor campo de gás nas proximidades da fronteira com a Venezuela intensificou ainda mais as fricções. Rodríguez não hesitou em criticar a primeira-ministra, acusando-a de transformar seu país em uma “colônia militar americana” e de se alinhar aos “planos belicistas dos Estados Unidos”.
O USS Gravely, que está no Caribe participando de operações antidrogas, permanecerá em águas trinitárias até o fim de outubro, aumentando as apreensões de Caracas. Recentemente, o governo venezuelano alegou ter desmantelado uma “célula criminosa” ligada à CIA, que, segundo eles, planejava um ataque contra o navio para incriminar a Venezuela. Esta situação é emblemática das crescentes tensões militares na região, que já resultaram em mortes em operações americanas contra o tráfico de drogas.
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