Recentemente, a vereadora Jéssica Lemonie, do PL, fez um pronunciamento polêmico na Câmara Legislativa de Itapoá, em Santa Catarina, onde expressou sua desaprovação à obra clássica “Capitães da Areia”, de Jorge Amado. Para ela, a leitura deste livro não deveria fazer parte do currículo escolar, especialmente para alunos de 12 a 13 anos. Lemonie argumenta que o conteúdo é inadequado para essa faixa etária e que a obra, por suas características, promove a marginalização infantil.
Durante a sessão do dia 16 de junho, a vereadora expôs que a classificação oficial recomendaria a leitura a partir dos 14 anos e questionou a presença da obra nas escolas, insinuando que seria uma tentativa da esquerda de infiltrar ideologias comunistas entre os jovens. “Quem foi Jorge Amado? Um escritor famoso, mas sim, um comunista que fez história e teve seu mandato cassado”, afirmou.
“A classificação dele divulgada e oficial é de 14 anos. […] Será que é uma maneira pela qual a esquerda está infiltrando esses livros nas escolas? Sim.”
A discussão sobre a classificação indicativa de conteúdos culturais no Brasil é complexa. Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente e outras legislações regulamentem a classificação de filmes, séries e jogos, os livros não estão incluídos nessas regras, conforme o Ministério da Justiça. Apesar de reconhecer que “Capitães da Areia” é obra de grande relevância e frequentemente abordada em vestibulares, Lemonie defende que sua leitura em sala de aula é imprópria para jovens estudantes.
“Esse tipo de material é para adultos. Não para os alunos de 12 ou 13 anos na sala de aula como matéria avaliativa.”
A vereadora destaca um trecho impactante do livro, que narra um incidente de violência, como um dos motivos que justificam sua posição. Em sua visão, há outras obras literárias que podem ser exploradas nas escolas, que sejam mais apropriadas para a idade das crianças. Mesmo reconhecendo o valor histórico e social de “Capitães da Areia”, Lemonie acredita que, atualmente, não é o momento certo para a sua discussão em sala de aula.
A trama de Amado resgata uma realidade de meninos pobres em Salvador, tornando-se um marco da literatura brasileira. Entretanto, a controvérsia levantada pela vereadora levanta questões sobre o que é adequado ensinar às novas gerações.
E você, qual é a sua opinião sobre a presença de clássicos da literatura nas escolas? Acha que a discussão de temas polêmicos deve ser retirada do currículo? Compartilhe suas ideias nos comentários!