
Em um dia que prometia ser marcado por justiça, a sessão do Tribunal do Júri em Cantanhede, Maranhão, transformou-se em um verdadeiro palco de tensão. A juíza Bruna Fernanda Oliveira da Costa e o promotor de Justiça Márcio Antônio Alves Oliveira tiveram um desentendimento inesperado, gerando um debate acalorado que rapidamente se espalhou pela internet. O conflito surgiu por conta da disposição das cadeiras na sala, o que subitamente alterou o rumo do julgamento, fazendo com que a sessão, realizada em 14 de maio de 2025, fosse suspensa.
O foco da controvérsia? Um caso de homicídio que envolvia o réu acusado de assassinar um homem em Matões do Norte. Antes da abertura do júri, o promotor fez um pedido que foi considerado inadequado pela juíza, ao solicitar que seus pertences fossem removidos de um determinado assento para que pudesse se acomodar próximo à magistrada. Apesar da servidora ter obedecido, a juíza foi rápida em intervir, ressaltando que a organização das cadeiras deveria ocorre após a formalização do ato, para evitar tumulto e manter a solenidade da ocasião. Contudo, essa tentativa de controle foi interrompida pelo promotor, gerando ainda mais estresse na sala.
Segundo a análise da juíza, a conduta do promotor não só foi descortês, mas também provocou um ‘grave tumulto’, o que inviabilizou a continuidade da sessão. Este embate levou Bruna a encaminhar a situação à Procuradoria-Geral de Justiça e à Corregedoria-Geral do Ministério Público, buscando medidas diante da violação dos deveres de urbanidade e acusando a situação de refletir um possível machismo estrutural.
O tribunal marcado inicialmente foi remarcado para 16 de junho de 2025, e sob a presidência da mesma juíza, Loriano Ribeiro da Fonseca foi condenado a 14 anos e três meses de prisão, sendo o mandante do homicídio de João Batista Soares, ocorrido em 2017. As repercussões do incidente continuaram a se desdobrar, com as entidades do Judiciário do Maranhão se manifestando em defesa de Bruna e também do promotor.
A Associação dos Magistrados do Maranhão destacou a necessidade de decoro entre os membros do Sistema de Justiça, enfatizando que a juíza foi interrompida de maneira inadequada. Em contraste, a Associação do Ministério Público do Maranhão defendeu o promotor, afirmando que seu pedido foi feito de forma respeitosa e que a narrativa apresentada na ata do incidente era unilateral e não refletia a realidade dos fatos.
Este episódio não apenas expôs as tensões que podem surgir no ambiente do Judiciário, mas também abriu um espaço para diálogo sobre respeito e ética no tratamento entre profissionais da justiça. O que você acha sobre esse confronto? Compartilhe sua opinião nos comentários!