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Os videogames têm sido uma fonte de entretenimento inigualável, mas essa paixão pode, em algumas circunstâncias, transitar para uma dependência. O que leva alguns jogadores a se perderem nesse universo? Um novo estudo traz luz a esse fenômeno, mostrando que as raízes do problema muitas vezes não estão nos jogos, mas nas condições emocionais e sociais do jogador.

Conduzida pelos neurocientistas Kylie Falcione e René Weber, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, a pesquisa revelou insights valiosos sobre a relação entre saúde mental e comportamento de jogo. Publicada no JAMA Network Open, a análise abrangeu 4.289 adolescentes entre 2018 e 2022, dentro do projeto Adolescent Brain Cognitive Development Study, examinado aspectos como depressão, ansiedade, impulsividade, bullying e traumas.

Jogadora empolgada comemorando a vitória em um duelo de videogame multiplayer online de naves espaciais, derrotando os oponentes. Mulher aproveitando seu tempo livre em um apartamento com luzes RGB, se sentindo nas nuvens com a vitória.
Novo estudo derruba mito: jogos não causam vício sozinhos (Imagem: DC Studio/Shutterstock)

A pesquisa indica claramente que os transtornos de jogo estão mais relacionados a condições pré-existentes do que ao apelo viciante dos games. Falcione ressalta que crianças com sintomas depressivos ou problemas sociais tendem a desenvolver um ciclo de jogabilidade problemática, onde os videogames funcionam como um mecanismo de enfrentamento que, paradoxalmente, agrava a situação.

Pessoa jogando Fortnite em frente a televisão
Análise com mais de 4 mil jovens mostra que fragilidades emocionais e sociais antecedem os comportamentos compulsivos (Imagem: Erik Mclean/Unsplash)

Um aspecto crucial é a “espiral descendente” mencionada por Weber, onde a interdependência entre psicopatologias e problemas de jogo torna difícil distinguir causa e efeito. Essa mãis que contínua sublinha a necessidade de um olhar mais atento às realidades emocionais dos jovens jogadores.

A conclusão do estudo sugere que o tratamento do transtorno de jogo deve abordar as questões subjacentes. Falcione destaca que simplesmente limitar o tempo de tela não é solução eficaz. É fundamental tratar a raiz do problema, pois, sem isso, a criança pode buscar outras formas nocivas de escapar da realidade.

Criança jogando videogame/computador
Estudo sugere que o caminho do tratamento está em atacar problemas de saúde mental, e não apenas limitar o tempo de tela – Imagem: Frame Stock Footage/Shutterstock

Diante desses dados, fica claro que a preocupação com a saúde mental dos jovens precisa ser uma prioridade para pais e educadores. Estima-se que cerca de 3% dos jogadores no mundo enfrentam dificuldades relacionadas a jogos. É hora de intensificarmos o diálogo sobre como promover um ambiente saudável e seguro para a prática de jogos.

E você, o que pensa sobre a relação entre saúde mental e videogames? Compartilhe suas ideias nos comentários e vamos juntos aprofundar essa discussão importante!