As notícias sobre o cometa 3I/ATLAS continuam a fascinar cientistas e amantes da astronomia desde sua descoberta em 1º de julho. Este corpo celeste, o terceiro visitante interestelar já registrado no nosso Sistema Solar, está sob a atenção de telescópios tanto espaciais quanto terrestres, enquanto pesquisadores ao redor do mundo se esforçam para desvendar seus mistérios.
Recentemente, dados coletados entre 8 e 12 de agosto pela missão SPHEREx, uma iniciativa da NASA, revelaram informações intrigantes. A espaçonave, similar ao renomado Telescópio Espacial James Webb, capturou luz infravermelha e encontrou uma vasta “cabeleira” de dióxido de carbono, estendendo-se por quase 350 mil quilômetros na nuvem de poeira e gás que envolve o cometa. Além disso, foi identificado gelo de água no núcleo do corpo celeste.
Esta descoberta é significativa, pois permite comparações entre os cometas do 3I/ATLAS e aqueles que se formaram no nosso Sistema Solar. As semelhanças na composição levantam questões sobre o que define um “cometa normal”, nublando as conclusões de estudos anteriores que sugeriam que ele seria bastante diferente da maioria dos cometas conhecidos.
O astrônomo Carey Lisse, da Universidade Johns Hopkins, enfatiza a importância desse achado. “A detecção do gás dióxido de carbono ao redor do 3I/ATLAS indica que ele pode se comportar como um cometa típico do Sistema Solar”, afirmou. A análise detalha que esses cometas costumam conter água e os principais compostos de gelo, como o dióxido de carbono e o monóxido de carbono, cuja presença varia de acordo com o local de formação.
Os dados do SPHEREx indicam que, embora o 3I/ATLAS compartilhe características com os cometas do Sistema Solar, sua trajetória sugere que tenha uma história mais complexa. Cientistas acreditam que ele pode ter origem no disco espesso da Via Láctea, a parte mais antiga da nossa galáxia, o que multiplicaria sua idade por duas em relação aos nossos 4,5 bilhões de anos.
A missão SPHEREx é notável por sua capacidade de mapear o céu em 102 comprimentos de onda diferentes, muitos dos quais são impossíveis de serem analisados da superfície terrestre. Esta perspectiva única permite que os astrônomos capturem “impressões digitais químicas” de cometas e outros fenômenos celestes.
Enquanto a missão continua sua jornada, o 3I/ATLAS se aproxima do periélio, seu ponto mais próximo do Sol, em outubro, logo após passar por Marte. Espera-se que, conforme o cometa se aproxima, o gelo de água em seu núcleo sublima ainda mais, resultando em uma coma maior e uma cauda mais espetacular.
O universo nos brinda continuamente com mistérios e beleza. O que você acha que ainda podemos descobrir sobre o 3I/ATLAS? Compartilhe suas ideias e curiosidades nos comentários!